A confirmação do Boca Juniors como adversário do Corinthians na final da Copa Libertadores não assustou os corintianos. Jogadores, comissão técnica e até dirigentes estão confiantes na conquista do tão sonhado título continental e, para isso, têm uma receita: a tranquilidade apresentada até agora na competição.

Com grupo experiente e maduro, o Timão mostrou até o momento ser focado e calmo mesmo diante de rivais fortes, como é o caso dos argentinos. Essa paciência é a arma para tentar voltar com bom resultado de Buenos Aires, já na quarta-feira. "Vamos ter de fazer lá o que trouxe a gente até aqui e ter coragem, esquecendo a pressão, da qual já aprendemos a lidar", afirmou o meia Alex. "Estamos preparados para a Bombonera."

Um dos três jogadores que já foram campeões da Libertadores no elenco corintiano, ao lado de Danilo e Fábio Santos, Alex sabe bem como é enfrentar os argentinos. "Foram seis jogos contra eles e ganhei três, com um empate e duas derrotas lá", contou o meia, lembrando da época do Inter. As duas derrotas na casa do rival, portanto, servem bem para ele dar dicas de como é jogar no caldeirão da Bombonera.

Danilo, elogiado por sua frieza em campo, independentemente do adversário, endossou as palavras do companheiro de setor e também dá dicas de como é jogar em Buenos Aires.

"Claro que tem de se preocupar, joguei lá e sei o quanto é difícil, mas estamos preparados. Pegamos dois adversários complicados seguidos (Vasco e Santos), sabíamos que seria difícil e passamos. Na final não será diferente. Serão jogos dificílimos e teremos de atuar da mesma forma. O Boca joga muito bem em casa, faz prevalecer a pressão como mandante", avaliou o meia. "Temos de ter calma. E quando quem joga é um time tarimbado, sabe jogar atrás, explorando os contra-ataques."

Tite definiu o próximo rival como ‘cascudo', que não deixa a bola queimar nos pés, mas diz saber como atuar lá pela experiência adquirida na época em que comandou o Inter.

Fui lá e fizemos jogo extraordinário, com capacidade de concentração muito forte. Este é o segredo", avisou.

Enquanto os jogadores esbanjam sabedoria, os dirigentes dão alerta. "São dois gigantes, o Boca de tradição grande em Libertadores, salvo engano um dos que mais venceram (seis títulos), diante de nós querendo vencer pela primeira vez. Num jogo decisivo de grandes, quem errar menos leva. Espero, rogo a Deus e tenho esperança que o Corinthians vença", disse o presidente Mário Gobbi.

Pacote para primeiro jogo sai por R$ 4.071

O torcedor corintiano que quiser acompanhar o primeiro capítulo da decisão da Copa Libertadores da América contra o Boca Juniors, quarta-feira, na Argentina, vai ter de desembolsar quantia considerável. Isso porque ontem a operadora responsável por negociar os pacotes de viagens para os jogos, a Vai Corinthians, lançou um ao preço de R$ 4.071 e que já tem 11 mil pessoas na fila de espera.

Esta configuração é para quem pretende fazer bate-volta, ou seja, não dispõe de hospedagem, apenas ingresso, passagem aérea e traslados, além de brindes - camisa oficial da operadora de viagens, o passaporte da República Popular do Corinthians e guarda-chuvas.

O mais discrepante é que para uma viagem a turismo, com direito a três noites no país vizinho, uma pessoa poderia pagar até R$ 1.146, portanto, quase quatro vezes menos que o bate-volta.

Existem ainda outras combinações. Para quem tem mais tempo, o pacote saindo na terça-feira e voltando na quinta - portanto, com uma estadia em Buenos Aires - sai praticamente pela metade do preço, R$ 2.442, 84. Um city tour pela capital argentina também está incluso.

A Vai Corinthias, que pertence à CVC Turismo, tem exclusividade para a venda de pacotes que incluem o ingresso do jogo. Das 2.000 entradas disponibilizadas para a torcida visitante em La Bombonera, 600 estão reservadas para a operadora.

Já o site www.ticketbis.com.br anunciava ontem a venda apenas dos ingressos para a torcida corintiana ao custo de R$ 5.144,97.  (das Agências)

Riquelme desconhece Timão e exalta Flu

No desembarque da delegação do Boca Juniors na Argentina, após o empate sem gols contra a Universidad do Chile que garantiu o clube na décima final de Copa Libertadores, o meia Juan Román Riquelme mostrou desconhecer o adversário da decisão, no caso o Corinthians. "Não tenho ideia. Não sei se ganhou, se perdeu ou empatou", afirmou o jogador, principal estrela do grupo xeneize.

O meia ainda falou sobre La U, adversária na semifinal, que não impôs a dificuldade que os argentinos esperavam - tanto que o Boca venceu por 2 a 0 em La Bombonera e empatou no Chile. Em poucas palavras, Riquelme disse que o Fluminense, adversário nas quartas de final, endureceu mais o páreo. "Eles (Flu) foram mais difíceis que La U, sem dúvidas", resumiu.

Apesar de o primeiro jogo de decisão da Libertadores ser na quarta-feira, às 21h50, em La Bombonera, o jogador pediu para que o time mantenha a cabeça no compromisso do fim de semana, pelo Torneio Clausura do Campeonato Argentino. "Temos de desfrutar e pensar no All Boys, que vai ser difícil, mas tomara que possamos ganhar e esperar que o Tigre e o Arsenal percam pontos", concluiu o camisa dez do Boca Juniors.

REENCONTRO

O duelo entre Timão e Boca vai colocar o atacante Santiago Silva, El Tanque, contra o clube que defendeu no início dos anos 2000. Pelo Timão, ele fez cinco jogos e não marcou nenhum gol. Mesmo assim, foi campeão do Torneio Rio-São Paulo de 2002. Segundo ele, existe explicação para os poucos jogos no Alvinegro.

"Saí do Chievo Verona porque buscava lugar para jogar. E apareceu o Corinthians. Mas o time foi campeão e a equipe foi mantida com jogadores como Vampeta, Ricardinho, Dida e o Parreira como treinador. Se um time ganha é difícil fazer alterações. Aí decidi ir embora", disse. (das Agências)

Duelos contra Botafogo e Sport serão adiados

Com a classificação à final da Copa Libertadores, o Corinthians pediu para a CBF o adiamento de três jogos do Campeonato Brasileiro e foi parcialmente atendido. O Timão solicitou as transferências dos duelos contra Palmeiras (amanhã), Botafogo (dia 30) e Sport (8), respectivamente pela sexta, sétima e oitava rodadas. No entanto, o primeiro deles não foi atendido, enquanto os outros dois terão confirmação em breve.

A justificativa pela não alteração do clássico contra o Verdão foi a proximidade do jogo, o que iria de encontro ao estipulado pelo Estatuto do Torcedor. Já a transferência dos duelos diante de Botafogo e Sport foram acatados pela entidade.

Segundo o presidente da CBF, José Maria Marin, atender o pedido do Timão é serviço para a equipe que vai representar o País na decisão do torneio continental diante do argentino Boca Juniors.

"O Corinthians hoje representa o Brasil, eu acho que é obrigação da CBF dar todo o apoio a essa agremiação brasileira, se no passado já houve esse precedente (ao Santos), eu não vou mudar. Temos de atender o interesse do futebol brasileiro", disse Marin.

Segundo o presidente corintiano, Mario Gobbi, o clube se espelhou no que o Santos fez quando foi à decisão em 2011. "Este pedido foi feito por escrito. Copiamos o modelo que o Santos enviou no ano passado, quando inclusive teve jogo contra a gente adiado." (das Agências)