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Campo de futebol do Curuçá é vendido pela Sabesp em leilão
Daniel Trielli
Especial para o Diário
27/12/2005 | 08:56
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A Sociedade Esportiva Curuçá está cada vez mais próxima de perder definitivamente seu campo de futebol. O terreno na avenida Itamarati, que era emprestado à entidade pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) desde 1990, foi vendido na última terça-feira (20) por meio de leilão. Até o fechamento da edição, a empresa não conseguiu informar por quanto foi concluída a venda, mas o lance inicial era de R$ 2,2 milhões.

Desde os anos 70 a associação organizava atividades para a comunidade no local. Até que no final de 2004, a empresa resolveu vender parte da área, eliminando o campo de futebol da Sociedade. A batalha judicial chegou ao fim no dia 6 deste mês, quando oficiais de Justiça interromperam um treino de futebol infantil para cumprir a ordem de reintegração de posse do terreno.

O conselheiro da Sociedade Esportiva Curuçá, Cilas Santos Rossi, lamenta o ocorrido. "A gente não pode perder esse espaço. É um lugar da comunidade, um espaço verde", reclama. "Fazemos um trabalho para a comunidade. Nos tempos de maior freqüência, cerca de 200 garotos usavam o nosso espaço, seja para jogar futebol ou fazer outras atividades", explica o primeiro-secretário Gelmo Lucas Mori, 53 anos. "Nosso objetivo é tirar a molecada da rua, oferecendo o máximo de atividades. Pode ter certeza que em todo esse tempo salvamos muitas vidas."

Ao todo, a área emprestada pela Sabesp é de pouco mais de 7 mil m². A associação ainda utiliza a parte de trás do terreno emprestado, onde estão construídas áreas de lazer, salão e um escritório. Embora seja o suficiente para a Sociedade sobreviver, seus membros temem que no futuro não possam mais usar essa área. "Tecnicamente não temos nenhum controle sobre o local. Se a Sabesp resolver que vai vender essa parte também, daí estaremos com problemas", conta Mori.

A construção sobre a qual a Sociedade mantém controle é visitada todos os dias pelo diretor de obras da associação, Jair Nunes da Rosa, 62. "Venho todo dia para abrir o salão, deixar entrar um ar para as pessoas não acharem que está abandonado", conta. Esse local também é orgulho da associação por ser onde se guardam os troféus e fotos de campeonatos de futebol de várzea. "Enquanto não tiver um prédio construído aí, não vou desistir do nosso terreno", diz Rosa.

Jubileu – A Sociedade Esportiva Curuçá foi fundada oficialmente em 11 de janeiro de 1956, mas já realizava atividades desde os anos 30. "Agora, no começo do ano, vai ter a festa de jubileu de ouro, para comemorar o aniversário de 50 anos de registro como associação". A festa vai acontecer no espaço que a Sociedade ainda tem direito de uso. "Só não vai ter futebol...", lamenta o primeiro-secretário.




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