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Lula anuncia 'espetáculo econômico' para julho
Regiane Soares
Do Diário do Grande ABC
27/06/2003 | 00:27
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou para julho um "espetáculo de crescimento econômico" no país. "O governo federal vai começar a fazer aquilo que já deveria ter feito antes. E não fizemos antes porque não podíamos, pois quem tem responsabilidade e faz política neste país, sabe que o Brasil estava na UTI quando ganhamos as eleições", afirmou quinta-feira o presidente para uma platéia de mais de 300 metalúrgicos que acompanharam a abertura do 4º Congresso do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo.

O presidente não detalhou as mudanças que o governo deverá fazer a partir de julho, mas antecipou uma possível queda na taxa de juros, ao declarar como insuportável o índice cobrado por empresas de crédito pessoal, 332% ao ano, ou no crediário, 116% ao ano. Além disso, para alcançar o "espetacular crescimento"', Lula adiantou que aposta em ações do governo como o programa Primeiro Emprego, com lançamento previsto para o dia 30, e as reformas constitucionais, como a agrária, tributária e previdenciária.

Em seu discurso de quase uma hora, Lula destacou algumas das realizações de seu governo, como a recém-criada empresa que financiará consórcios por meio do Banco do Brasil como forma de resolver alguns dos vários problemas da indústria automotiva brasileira e o Plano de Safra, no qual o governo prometeu investimento de R$ 5,4 bilhões na agricultura familiar.

Lula fez questão de lembrar do pessimismo que marcou o período eleitoral e que agora o novo governo já conseguiu superar. "Havia muita gente que achava que não teríamos competência de tocar esse barco para frente. Hoje eu posso dizer que já conseguimos superar uma expectativa de inflação de 40% ao ano. Nunca tivemos tanta credibilidade internacional com apenas seis meses de governo. Isso é resultado da competência de uma equipe e não de um homem", afirmou.

Em sua primeira visita ao sindicato – do qual foi presidente – desde a posse, Lula disse que estava mais tranqüilo do que quando assumiu a entidade pela primeira vez, em abril de 1975. O motivo de tanta segurança, segundo ele, foi a experiência que adquiriu ao longo dos anos. "Hoje estou mais maduro, consciente e calejado. Cheguei na presidência do sindicato dos metalúrgicos por acaso, mas para chegar à Presidência da República briguei muito. Por isso estou mais tranqüilo, pois estou exercendo a função que sempre quis exercer", afirmou.

Apesar do otimismo e tranqüilidade declarados, o presidente mandou recado para aqueles que esperam por urgentes mudanças no país. "Um pé de feijão demora 90 dias para nascer. Você não colhe no mesmo dia que plantou. Tem que ter paciência para esperar. Entre a gravidez e o nascimento tem nove meses. Não adianta querer que seja mais rápido. Vamos fazer com a certeza de que esse país não pode retroceder", disse.

Lula disse que as ações do governo serão feitas com a participação da sociedade e de entidades de classe, como o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, inclusive com presença na discussão na elaboração do Plano Plurianual, que determinará as diretrizes de ação do governo nos próximos anos.




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