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Dentição de idosos
Por Juliana Ravelli
Especial para o Diário
02/03/2008 | 07:01
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Com a expectativa média de vida do brasileiro cada vez mais alta, atualmente em torno de 72,3 anos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), surgem novas possibilidades para garantir bem-estar ao idoso. Uma delas é a odontogeriatria, especialidade voltada principalmente às pessoas com mais de 60 anos, população que no ano 2020 deve chegar a cerca de 30 milhões de pessoas, contra os cerca de 19 milhões atuais.

Especialista nesta área e em implantodontia, Paulo Cezar Rezende, de São Bernardo, afirma que os profissionais têm de trabalhar sob o conceito da multidisciplinaridade, ou seja, cuidar de pacientes em conjunto com médicos, nutricionistas, psicólogos e fisioterapeutas.

“Idosos geralmente têm doenças como diabetes, pressão alta e mal de Alzheimer, por esse motivo, deve-se estar a par de como tratá-los. O odontogeriatra tem de conhecer o paciente como um todo”, diz Rezende, que é professor responsável pela especialização em odontogeriatria da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas de São Bernardo.

Perda - Um dos males que mais atingem as pessoas nesta fase da vida é a perda de dentes. Muitas vezes, associa-se a doenças periodontais, que envolvem estruturas bucais, como ossos e gengiva.

O Projeto Saúde Bucal Brasil 2003, realizado pela Coordenação Nacional de Saúde Bucal, analisou 5.349 idosos, entre 65 e 74 anos, e constatou que 57,91% não possuíam dentes da arcada superior e 24,84% da inferior.

De acordo com a cirurgiã-dentista, especialista em geriatria e gerontologia, Andrea Tirlone, de São Paulo, é completamente possível manter dentes saudáveis ao longo da vida. “Infelizmente, ainda nos dias atuais, existe uma visão fatalista de que o idoso perde os dentes com a idade. Este estigma deve ser combatido”, diz.

Os cuidados bucais durante toda a vida, inclusive na terceira idade, são fundamentais para a manutenção de uma vida saudável (veja dicas ao lado). “A promoção da saúde bucal em idosos visa garantir bem-estar, melhoria da qualidade de vida, auto-estima, possibilidade de comunicação, estética, além de facilitar a mastigação, deglutição e absorção dos nutrientes por meio do processo digestivo”, afirma Andrea. (Supervisão Rosângela Espinossi)


Dicas

É importante cuidar da saúde bucal desde a infância. Os dentes de leite devem ser sempre higienizados, pois influenciam a qualidade dos permanentes.

Os idosos devem escovar os dentes com creme dental fluoretado, utilizar fio dental e higienizar a língua de modo que remova restos alimentares.

É importante o cuidado com a dieta. Evite refrigerantes e alimentos que contenham muito açúcar, porque contribuem com o desenvolvimento de cáries e outras doenças.

Além de fazer mal à saúde, fumar também prejudica os dentes, causando doenças periodontais.

Visite um dentista periodicamente. Esse cuidado é fundamental para a manutenção de uma boca saudável.

O idoso deve informar ao dentista a ocorrência de boca seca, que pode estar associada ao uso de medicamentos, falta de ingestão de líquidos, estresse e tratamento com radiação.

Para quem usa dentaduras, especialistas indicam trocá-las a cada cinco anos.

Deve-se estar sempre atento às mudanças no interior da boca. Caso perceba a permanência de qualquer alteração, como mancha ou ferida, procure urgentemente um dentista.

Fonte: Profissionais consultados




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