Política Titulo
Governo gaúcho recebe apoio de adversários políticos
Por Do Diário do Grande ABC
23/01/1999 | 12:39
Compartilhar notícia


Políticos de partidos adversários e lideranças empresariais que sempre estiveram mais próximas do governo federal criticaram a atitude de represália tomada por Brasília contra o governo de Olívio Dutra (PT). Além dos três senadores do Estado - Pedro Simon e José Fogaça, do PMDB; e Emília Fernandes, do PDT, as direçoes das três mais importantes entidades patronais do Estado, a Federaçao das Indústrias/RS (Fiergs), a Federaçao das Associaçoes Comerciais/RS (Federasul) e a Federaçao da Agricultura/RS (Farsul), também condenaram as medidas de Brasília. Diante das manifestaçoes, o vice-governador Miguel Rossetto entende que, agora, o ataque do Palácio do Planalto nao atinge apenas o governo gaúcho 'mas o Rio Grande do Sul'.

O senador Pedro Simon tachou a nota do Ministério de 'ridícula'. Chamou-a ainda de 'infeliz, irracional, incendiária e absolutamente incompreensível'. Suspeitando de uma conexao entre a represália e as pressoes do Fundo Monetário Internacional (FMI), Simon ironizou a postura da equipe econômica fora do Brasil. 'Lá (frente ao FMI), eles sao humildes', assinalou.

Embora o Estado esteja em dia com as suas obrigaçoes, o Ministério acenou com denúncia aos credores internacionais de que o Rio Grande do Sul apresentaria 'risco de inadimplência'.

O presidente da Fiergs, Dagoberto Godói, enviou carta ao ministro Pedro Malan, da Fazenda, solicitando que o governo federal informe imediatamente aos bancos estrangeiros que a situaçao do Estado é regular. Para o presidente da Federasul, Mauro Knijnik, a nota, distribuída na tarde de quinta-feira, foi 'desproporcional e precipitada'. E o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, nao ficou surpreso com a iniciativa de Brasília, reparando que historicamente é assim que os produtores rurais do Rio Grande do Sul tem sido tratados pelo poder central.

Neste sábado, em declaraçoes ao jornal Zero Hora, o funcionário do Banco Mundial, Michael Carrol, responsável pelo programa Pró-Rural 2.000, disse que a instituiçao dará prosseguimento normal ao projeto no Rio Grande do Sul.

Financiado pelo Bird, o Pró-Rural 2.000 é um dos programas ameaçados de suspensao pela decisao do governo FHC. Carrol, segundo o jornal, testemunhou que o projeto 'está sendo implementado de maneira satisfatória'.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;