Pesquisa da Febraban revela ainda que população deseja comprar a casa própria caso sobre algum dinheiro no orçamento
A inflação alta impacta a vida das pessoas. Segundo pesquisa realizada pela Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), para 69% dos brasileiros que foram entrevistados, gera dificuldades na alimentação e no consumo diário das famílias. Outros 42% avaliam que o principal impacto da inflação é no preço do combustível.
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) acumulado dos últimos 12 meses atingiu em novembro 10,42%. O percentual de dezembro será publicado nos próximos dias.
O estudo da Febraban revela ainda que, em caso de melhora da situação financeira e de sobra de recursos do orçamento doméstico, a principal opção de investimento é a compra de imóvel: 35%. Em seguida, vêm investimentos bancários (22%), a reforma da casa (18%) e a aplicação na poupança (18%).
“A pesquisa mostra que a percepção sobre a inflação tem peso relevante pelo impacto direto no poder de compra e na qualidade de vida da população, mas, por outro lado, sugere ainda que o desejo dos consumidores em comprar imóvel em 2022 pode animar o setor imobiliário no próximo ano”, aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, responsável pelo estudo.
Dados levantados pelos pesquisadores revelam ainda que 19% dos entrevistados consideram que a inflação tem peso, sobretudo, no pagamento de serviços de saúde e remédios. Outros 8% dizem que o maior impacto é nos juros do cartão de crédito, 6% acreditam que a inflação torna mais cara a passagem de transporte público. Para 5% dificulta o pagamento da escola, faculdade ou outros serviços de educação e 4% compra de veículos e imóveis.
Dentre os que pensam em investir em caso de sobre de dinheiro, 18% pretendem reformar a casa ou depositar em poupança. Para 17%, a meta é empenhar nos estudos, seja para si ou para a família. Outros 13% querem melhorar o plano de saúde, 10% sonham em viajar, 7% – comprar carro, 3% nova moto e 2% vislumbram eletrodomésticos.
Neide Moreira, 60 anos, moradora do Parque Miami, em Santo André, sente o impacto do custo de vida. Ela tem passado “dificuldades” para suprir o básico para casa, a qual divide com filho, nora e duas netas, e que tem mantido com ajuda dos R$ 400 do Bolsa Família. “Quando acabar, não sei como vai ficar. E gasto muito com remédio, caro, o que traz mais dificuldade. O gás, que está absurdo, às vezes temos de fazer vaquinha para comprar. Mas a maior necessidade mesmo, que queria ajuda, é com material para arrumar minha casa. Meu medo é a casa cair”, conclui.
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