A confusão no caso de doping do cavalo irlandês Walterford Crystal, ouro na Olimpíada de Atenas, não pára de crescer. A primeira amostra de urina do cavalo apontou substâncias proibidas pela FEI (Federação Eqüestre Internacional). O cavaleiro Cian O'Connor declarou inocência e exigiu que a contraprova fosse avaliada. A possível confirmação do doping de Crystal beneficiaria o brasileiro Rodrigo Pessoa, que ficou com a prata na Olimpíada. Caso o animal seja eliminado, Pessoa herdará a medalha de ouro.

Poucas horas depois da FEI confirmar que a amostra de urina do cavalo, que seria usada como contraprova, sumiu, a federação irlandesa disse que sua sede foi invadida e que diversos documentos foram roubados. Mesmo assim, a Irlanda ainda corre o risco de perder sua única medalha de ouro conquistada em Atenas. "É algo muito sinistro. O que está acontecendo é uma conspiração", disse Avril Doyle, presidente da Federação Eqüestre da Irlanda. A dirigente afirmou que duas das cinco salas de escritórios que compõem a sede foram saqueadas. "Muitos arquivos foram abertos e alguns documentos sumiram", comentou Avril.

Na segunda-feira, a FEI informou que a segunda amostra da urina de Crystal teria sumido no transporte de Paris para a Inglaterra, onde os exames seriam realizados. Além disso, nesta terça, a entidade anunciou oficialmente o desaparecimento de uma das porções retiradas do cavalo. "A amostra nunca chegou", afirmou a polícia do condado de Cambridge, local onde seria avaliada a amostra.