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Equipe do polo petroquímico
abateu 29 balões só neste ano

Objeto causou incêndio de grandes proporções em Franco da Rocha, que gerou chuva de fuligem no Grande ABC

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
24/08/2021 | 00:01
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Celso Luiz/ DGABC


Levantamento realizado pelas fábricas que formam o Polo Petroquímico de Capuava, que fica nas divisas entre Santo André, Mauá e a Capital, apontou que 29 balões caíram ou foram interceptados pelas equipes especializadas que atuam dentro do complexo industrial. Segundo as investigações da polícia, a queda de um desses objetos, domingo, causou grande incêndio no Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha, responsável pela chuva de fuligem que atingiu os municípios da região. 

Os balões são considerados os principais riscos externos para o polo petroquímico. Ainda conforme o levantamento obtido pelo Diário e que é realizado pelo Cofip (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC), as ocorrências envolvendo balões no primeiro semestre deste ano são 93% menores do que os registros do ano passado, quando, no mesmo período, 56 objetos foram abatidos. As ocorrências são acompanhadas pelo PAM (Plano de Auxílio Mútuo) Capuava, compromisso entre empresas e entidades públicas para atuação integrada no atendimento a emergências. Em todo ano de 2020, foram 95 balões derrubados no local.

Na comparação com 2019, por exemplo, o ano de 2021 apresentou 75,8% menos ocorrências envolvendo balões. Durante o primeiro semestre, 51 objetos do tipo foram abatidos no complexo industrial. Em todo o ano de 2019, foram interceptados 91.

Ainda no domingo, sete pessoas foram presas por, provavelmente, terem relação com o balão que deu início ao incêndio que devastou aproximadamente 60% de toda a vegetação que fica dentro do parque. Os bombeiros lutaram com as chamas por quase um dia inteiro para evitar que o estrago fosse maior. Uma das preocupações era de que o fogo atingisse o hospital do Juqueri, um dos mais antigos do País.

 

FULIGEM

O fogo foi tão grande que a nuvem de fuligem atingiu municípios do Grande ABC no domingo. Os moradores da região foram surpreendidos com a nevoa fina que cobria o sol e com a quantidade de cinzas que sujaram quintais, garagens e até as roupas que secavam no varal. Ainda ontem, alguns moradores reclamavam do problema.

Balão é a principal ameaça externa ao polo petroquímico e por isso tem atenção especial

Foto: Claudinei Plaza/ DGABC

Foi o caso da professora universitária Iseli Lourenço Nantes Cardoso, 58 anos, moradora do bairro Bangu, em Santo André. A docente relatou que teve trabalho para limpar a sacada do apartamento em que vive. “O terraço estava coberto de fuligem. Mas outro problema foi o ar pesado, que irritou minha garganta. Passei a noite com o vaporizador no máximo”, declarou.

Outros moradores também relataram, ao longo da segunda-feira, que encontraram cinzas no chão mesmo após após realizar limpeza dos espaços de suas casas no domingo. 

A advogada e conselheira tutelar Ingrid Limeira, também moradora de Santo André, relatou que sua festa de aniversário, realizada no quintal de sua casa, ficou marcada pela chuva de fuligem. “Fiz o almoço no quintal. Pensa em um transtorno. A fuligem caia em cima das comidas, dos convidados, das mesas”, lamentou. 




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