Ante 400 mil fiéis, entre eles numerosos operários, o Papa falou do direito ao trabalho e do desemprego, mas também dos deveres dos operários perante o trabalho, a família e Deus.

Joao Paulo II, que foi operário nas minas de sódio perto de Cracóvia, questionou que o homem seja só tratado como um ``instrumento da produçao'. ``Em conseqüência, disse, em nome das leis do mercado os direitos humanos sao esquecidos. Isso ocorre, por exemplo, quando se considera que o lucro econômico justifica a perda de trabalho de alguns que, com o trabalho, perdem a possibilidade de se manterem a si e suas famílias', assinalou.

``Isso ocorre também quando, para aumentar a produçao, sao negados aos trabalhadores o direito ao descanso, o direito a se dedicar à família, o direito a organizar sua vida de todos os dias', disse. ``Isso ocorre toda vez que o trabalho é concebido, nao em funçao do esforço do homem, mas do preço do produto, o que de fato faz com que o salário nao corresponda á fadiga', prosseguiu.

``O trabalho pode dominar a vida do homem a ponto de este deixar de sentir a necessidade de se ocupar de sua saúde, do desenvolvimento de sua personalidade, da felicidade ou inclusive de sua relaçao com Deus', acrescentou. ``Contudo é preciso assinalar que isso nao concerne apenas aos empregadores, mas também aos trabalhadores. Estes podem ceder à tentaçao de tratar o trabalho como um objeto, como simplesmente uma fonte de enriquecimento material', concluiu o papa.