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Reforma de Bolsonaro pode tirar Baldy da pasta de Transportes

Ida de Ciro Nogueira à Casa Civil abre portas ao PP no governo e entra na estratégia do secretário em se capitalizar politicamente ao Senado por Goiás

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
22/07/2021 | 00:13
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André Henriques/ DGABC


A provável ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para comandar a Casa Civil do governo do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tende a impactar diretamente na composição do primeiro escalão do governador João Doria (PSDB). Atual secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado, Alexandre Baldy (PP-GO) foi sondado e deve compor o time que Ciro Nogueira montará em uma das pastas mais estratégicas do Planalto.

Baldy está na função no governo Doria desde o início – ficou fora por algumas semanas, devido a pedido de prisão após operação da Polícia Federal. Porém, seu desejo é ser candidato ao Senado por Goiás, seu Estado natal. Ele consultou suas bases eleitorais e identificou que começa a crescer ranço político pelo fato de o progressista estar distante de Goiás. Figurar no governo federal, ainda mais em um setor com vasta capilaridade de atuação, serviria para estancar esse princípio de crise e realimentar sua força eleitoral em território goiano.

O Diário apurou que Baldy já teria conversado com Doria sobre esse desejo. Ele tirou recentemente licença não remunerada para tratar de assuntos particulares – a volta está programada para segunda-feira, após período de férias com a família. As costuras envolvem, inclusive, o plano do governador tucano em ser candidato à Presidência da República com apoio do PP, um dos principais partidos do Centrão e uma das legendas que registraram maior crescimento no número de prefeituras conquistadas na eleição de 2020 – alta de quase 40%, com cerca de 680 administrações municipais.

Doria já anunciou que disputará as prévias do PSDB para ser o presidenciável do partido no ano que vem – deve ter a concorrência do governador gaúcho, Eduardo Leite – e busca ser o candidato de terceira via, se contraponto a Bolsonaro e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em que pese o PP e boa parte do Centrão estejam ao lado de Bolsonaro neste momento, não há segurança política de continuidade da parceria, ainda mais porque a base eleitoral bolsonarista é avessa ao acordo com partidos como PP, PSD e MDB.

A Secretaria dos Transportes Metropolitanos confirmou que Baldy solicitou licença não remunerada do cargo e que sua programação é de retorno na segunda-feira.

REFORMA MINISTERIAL
O PP terá poder no primeiro escalão do governo de Bolsonaro depois de reforma ministerial que o presidente promoverá nos próximos dias. Ciro Nogueira vai para a Casa Civil no lugar do general Luiz Eduardo Ramos, que será secretário-geral da Presidência, em substituição a Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

Um dos fiadores da candidatura presidencial de Bolsonaro junto à classe política em 2018, Onyx deve virar ministro do Trabalho, na recriação da pasta, que havia sido vinculada ao Ministério da Economia, dirigido por Paulo Guedes. Medida provisória tende a ser encaminhada para o Congresso confirmando as alterações.
 




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