Ainda que não tenha sido detectada em nenhuma das sete cidades do Grande ABC, a variante delta da Covid-19 traz preocupações para as gestões municipais devido à sua alta transmissibilidade. 

Conforme o médico infectologista, professor da Unesp (Universidade Estadual Paulista) e integrante titular da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) Alexandre Naime, a variante tem transmissibilidade 97% maior em relação ao vírus original. “Os municípios devem se preocupar com o poder de transmissão do vírus e não quanto à sua gravidade. No Brasil, até hoje (ontem), há 97 casos detectados da variante delta. Não parece muito, já que há mais de 20 milhões de infectados (no País), mas o vírus pode se tornar dominante. É assim que funciona, o (vírus) mais forte se sobressaindo sobre o (vírus) mais fraco”, avaliou o especialista. 

Para o médico infectologista e professor do curso de medicina da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Fabio Leal, ao menos as vacinas não estão comprometidas pela atuação da variante delta. “Há estudos demonstrando redução da eficácia global, mas que não comprometem significativamente a eficácia das vacinas. Os imunizantes continuam funcionando contra a variante delta”, afirmou. 

A Secretaria de Saúde do Estado informou que há apenas quatro casos confirmados da variante delta. Os dois mais recentes foram detectados no Interior. Uma mulher que mora em Guaratinguetá e um homem que reside em Pindamonhangaba. Um dos casos foi confirmado na Capital, enquanto outro foi importado de Campos dos Goytacazes, no Rio de janeiro. 

Das cepas existentes, quatro delas são consideradas “variantes de atenção” pelas autoridades sanitárias devido à possibilidade de aumento de transmissibilidade. São elas: gamma (P.1), alpha (B.1.1.7), beta ( B.1.351) e delta (B.1.617.2). 

Após análises do Instituto Adolfo Lutz foram encontrados 685 casos autóctones das quatro variantes até 10 de julho, sendo três da delta, três da beta, 39 de alpha e 640 de gamma.