Política Titulo Levantamento
Pesquisa aponta que eleitorado da região rejeita Doria e Bolsonaro

Índice de desaprovação média do governador atinge 61,3% em levantamento do Diário/Badra, enquanto do presidente chega a patamar de quase 70%

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
12/07/2021 | 00:51
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Divulgação


O eleitorado do Grande ABC rejeita a forma de conduzir a gestão adotada pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). É o que aponta pesquisa do Diário/Badra, que ouviu 7.420 moradores, ao todo, das sete cidades. Em levantamento realizado entre os dias 1º e 8 de julho, o índice de desaprovação média aferida ao modo de governar do chefe do Palácio dos Bandeirantes na região atinge 61,3% (4.552 pessoas), enquanto que a percepção referente à postura do capitão reformado à frente do Planalto alcança patamar de 69,2% (5.131 entrevistados).

Na prática, seis em cada dez munícipes entrevistados (confira arte ao lado) mostram descontentamento com o jeito de administrar do tucano, que completou dois anos e seis meses no cargo máximo do Estado de São Paulo, destes quase um ano e quatro meses em meio à crise da pandemia de Covid-19 – 5,8% não souberam opinar. O cenário que envolve Bolsonaro é ainda mais desfavorável. Arredondando, a cada dez pessoas abordadas na região nada menos do que sete reprovam a performance do mandatário do governo federal. Pouco mais de 2% dos munícipes não souberam avaliar.

Foram entrevistadas 1.060 pessoas em cada município do Grande ABC com vistas a identificar a avaliação do desempenho dos governantes, ambos em primeiro mandato eletivo. A amostra em âmbito regional levou em consideração a exata proporção do universo dos eleitores das cidades, incluindo a distribuição por zona eleitoral, sexo, faixa etária, escolaridade e renda familiar. A aplicação do questionário se deu de maneira presencial, em locais de fluxo da população. A margem de erro é de três pontos percentuais e o intervalo de confiança é de 95%.

Por outro lado, Doria tem seu governo aprovado por um terço dos moradores ouvidos na pesquisa (32,9%, ou 2.441 pessoas), em que pese a proximidade territorial entre o Palácio dos Bandeirantes e as sete cidades e o fato de o hoje governador ter recebido apoio oficial de boa parte dos prefeitos à época da eleição de 2018. Já a aprovação da gestão de Bolsonaro fica na casa dos 28,7% (2.131 entrevistados). O desgaste de ambos pode estar atrelado justamente à condução das administrações estadual e federal durante a crise sanitária, na qual os dois protagonizaram ‘guerra política’ em torno das ações para enfrentamento da pandemia.

O índice de maior rejeição ao governo de Bolsonaro na região acontece em Diadema – cidade gerida pelo petista José de Filippi Júnior –, na qual registra 73,9% de percentual negativo. São Bernardo – comandada pelo tucano Orlando Morando – aparece em seguida, onde o presidente a desaprovação figura em 72,1%. Em Mauá e Rio Grande da Serra, o chefe do Planalto tem números desfavoráveis na casa dos 71% (71,6% e 71,4%, respectivamente). A margem mais baixa neste quesito se dá em São Caetano, município atualmente capitaneado por Tite Campanella (Cidadania), com 63%.

No campo de aceitação, por sua vez, São Caetano é exatamente onde a gestão de Bolsonaro computa índice mais alto de aprovação (35,7%). Santo André – liderada pelo tucano Paulo Serra – surge na sequência, com 33% de números positivos à condução do presidente. Em Ribeirão Pires e Rio Grande, o capitão reformado possui 29,8% e 26,8%, nesta ordem. O menor patamar de aval do eleitorado ocorre em Diadema. Lá, o presidente tem 24,3% neste quesito.

O governo de Doria registra maior rejeição em Ribeirão – nas mãos de Clóvis Volpi (PL) –, com 64,2%. Colado neste índice, Diadema confere à gestão do tucano o percentual de 63,8% de desaprovação. Em Mauá e São Caetano, o chefe do Palácio dos Bandeirantes tem números negativos perto da casa dos 60% (62,2% e 60,6%, respectivamente). São Bernardo é a cidade onde a administração do governador contabiliza a taxa mais baixa neste quesito: 58,4%%, apesar de o patamar ainda ser considerado alto.

Na esteira da aprovação, São Caetano – assim como a Bolsonaro – é a cidade onde a gestão de Doria alcança a melhor margem de aceitação (35,8%, percentual, inclusive, bem próximo ao assinalado para o presidente). São Bernardo surge em seguida na lista, com 33,6% de números positivos ao governador. Em Rio Grande e Santo André, o tucano computa 33,2% e 32,5%, nesta ordem. O menor índice de saldo favorável se dá em Diadema, município em que a administração do atual chefe do Palácio dos Bandeirantes atinge 30,6%.

“Em análise dos números, fica claro que, para a população (da região), há ausência de governo. Os índices elevados de rejeição mostram exatamente esse sentimento. Os moradores entrevistados não conseguem sentir presença positiva dos governos estadual e federal. Como se comprova isso? Os governos municipais (do Grande ABC), por exemplo, estão em geral bem avaliados, com exceção a Mauá, que, ainda assim, tem margem considerável na condução da pandemia. A avaliação é que essa discussão insana durante toda a pandemia (entre Doria e Bolsonaro), em período de grave crise (no País), provocou certo ambiente de repulsa da população”, sustentou Maurício Juvenal, analista de dados estatísticos da Badra, referindo-se também à pesquisa publicada ontem pelo Diário de avaliação das gestões locais. 




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