A polícia ainda busca pistas sobre o paradeiro da ajudante de serviços gerais Viviane Parias Belarmino, 25 anos. Desde sábado ela está foragida, acusada de ter queimado o enteado de 13 com óleo de cozinha fervente, em Diadema. Ontem ela teve a prisão temporária decretada.

Segundo o pai do menino e seu namorado, o músico José Rogério Gomes, 42, os dois tinham brigas constantes e ela o vinha ameaçando há tempos. "Ela prometeu vingança contra meu filho", contou. O ápice foi na madrugada de sábado. Após show da banda de forró Caravana JR - da qual o menino é o tecladista -, em uma padaria na Vila Liviero, Zona Sul da Capital, Viviane teve ataque de ciúmes e agrediu uma das dançarinas do grupo. Pela manhã, como tinha acesso à casa da família, Vila Nova Conquista, entrou e encontrou a vítima dormindo e atacou o garoto.

O jovem sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus nos braços e rosto e segue internado no Hospital de Queimados de São Mateus, Zona Leste da Capital, em estado estável, sem previsão de alta. Ontem, passou por processo de retirada da pele morta. "Ver um filho nesse estado é muito difícil", disse Gomes. O casal estava junto há dois anos e ela estava grávida de cinco meses. "Apesar de tudo, sempre quis dar uma chance para ela. Mas sempre foi esse inferno. Ela sempre arranjava briga, principalmente com o menino."

O filho era contra o relacionamento do pai e não gostava de Viviane. "Dava para ouvir os dois discutindo quase que todo dia", disse uma vizinha. "Ela é muito maldosa mesmo", explicou o músico, ainda desconsolado pelo fato.

No 2º DP (Piraporinha) da cidade, onde o caso será apurado. Viviane foi indiciada por tentativa de homicídio com agravante, por ser contra menor, e três qualificaçoes, crueldade, motivo fútil e chance difícil de defesa, já que o menino estava dormindo. "Não tenho como perdoá-la depois do que ela fez. Meu filho era uma criança talentosa, com todo o futuro pela frente. Ela vai ter de pagar caro pelo que fez", disse Gomes. "Ele sequer teve como reagir, foi uma covardia", completou, relembrando outras vezes em que precisou apartar as discussões entre os dois.

Desde o ocorrido, ninguém tem informações sobre o paradeiro da ajudante. Em sua casa, na Vila Santa Luzia, em São Bernardo, Viviane não é mais bem-vinda. "Todos sabíamos que ela era ciumenta, mas jamais pensamos que poderia fazer isso, ainda mais com um jovem", disse um familiar da acusada. Nas ruas do bairro diademense, o recado é claro: ela terá problemas se voltar. "Todo mundo conhece o José e sabe de suas qualidades de bom músico. O que ela fez não é digno", disse a dona de casa Joana Souza, 43, vizinha do músico.

A Polícia Civil já instaurou inquérito sobre o caso. Por se tratar de crime hediondo, Viviane ficará detida, mesmo não tendo sido presa em flagrante. "Nervosa, ela sempre foi. Mas, ao fazer isso, ela perdeu todo o crédito com quem convive com ela", disse outro familiar.