O impasse entre o Sindicato dos Químicos do ABC e a unidade da Colgate de São Bernardo sobre a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) continua. Segundo o coordenador da entidade no município, Ronaldo de Oliveira, a empresa trancou os portões da fábrica, ontem, para que não houvesse a assembleia marcada para às 13h. "Nós só conseguimos entrar porque aproveitamos a brecha de um ônibus com trabalhadores que chegavam no local", contou o sindicalista.

A entidade reivindica PLR de R$ 2.000 para cada funcionários. A companhia pretende pagar R$ 1.850. "Não é possível que uma empresa destas, que não sofreu com a crise financeira mundial, não possa pagar R$ 150 a mais", comentou Oliveira. A primeira parcela do benefício deveria ser paga neste mês. O sindicato pede que ela seja de R$ 800.

O sindicalista disse que a administração da fábrica passou um abaixo-assinado para que os funcionários assinassem a adesão à PLR oferecida. "E eles estão sofrendo pressão se participarem de atos do sindicato. Foram ameaçados de demissão."

A Colgate foi procurada pelo Diário, mas não apresentou posicionamento até o fechamento desta edição.

Próximos passos - Oliveira informou que os administradores da companhia não querem abrir espaço para diálogo. "Portanto, vamos partir para novas estratégias", disse o sindicalista. Ele não revele quais são os próximos passos, por motivos de negociação com a companhia, mas afirmou que a paralisação está fora da lista.

"Não é a primeira vez que a Colgate dificulta as negociações conosco. E fechando os portões, eles praticaram uma atitude anti-sindical, que não é aceitável", criticou Oliveira.