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Isolamento em queda ameaça a flexibilização

Com mais pessoas nas ruas, governador coloca em dúvida reabertura gradual de alguns setores

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
30/04/2020 | 00:03
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A flexibilização da quarentena para reabertura de alguns setores a partir do dia 11 de maio corre risco de não ser implementada, conforme o governador João Doria (PSDB) afirmou durante coletiva de imprensa, ontem. “Não há a menor condição de flexibilização com isolamento de 48%”, argumentou.

À tarde, prefeitos do Grande ABC e de toda a Região Metropolitana participaram de reunião virtual, na qual se comprometeram a seguir as orientações do Estado. Ou seja, qualquer decisão de reabertura gradual de estabelecimentos deverá acontecer caso a quarentena seja flexibilizada.

O governador também voltou a criticar os índices de isolamento que se mantiveram constantes ao longo da semana. Ontem, o Simi (Sistema de Monitoramento Inteligente) indicou que 48% da população respeitava as orientações para ficar em casa. “Nada será feito, em termos de flexibilização, sem expressa orientação da área da saúde”, disse Doria.

Na região, apenas Ribeirão Pires aparece no sistema como a quinta cidade no ranking das 20 do Estado com melhor taxa de isolamento, com 58%.

Na parte da tarde, o governador comandou reunião virtual com os prefeitos da Região Metropolitana para falar sobre a flexibilização. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, que também participou do encontro, Santo André e Diadema apresentaram planos de retomada gradual do comércio e serviços não essenciais. “Os planos vão ser levados em consideração pela nossa equipe de infectologistas antes da classificação. As cidades vão poder aplicar os planos municipais, respeitando as regras estaduais.”

Conforme já divulgado pelo governo do Estado, o plano de retomada vai dividir as áreas de acordo com o número de casos de Covid-19 e de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis. O cronograma será feito aos poucos a partir do dia 11 de maio.

“A economia, a gente recupera, mas uma vida perdida, não. Por isso não podemos afrouxar as nossas ações, porque o momento mais grave está acontecendo agora”, afirmou o presidente do Consórcio Intermunicipal e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (Cidadania). “A gente entende, respeita e lamenta a situação do comerciante que sente na pele esta crise, mas infelizmente, hoje, o isolamento é a atitude mais assertiva”, completou.

Na última semana, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), se antecipou e autorizou a retomada gradual de setores do comércio e de serviços por meio de decreto. Porém, a Justiça acatou pedido do Ministério Público e suspendeu a medida.

O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), informou por meio de nota que a diminuição do ritmo de contágio e medidas como a entrega de equipamentos de saúde e testagem em massa de profissionais do setor “nos levaram a criar plano de retomada gradual da atividade econômica”.

Também por meio de nota, a Prefeitura de São Bernardo informou que o prefeito Orlando Morando (PSDB) posicionou-se sobre sua preocupação quanto ao crescente número de pessoas infectadas e ocupação de leitos de UTI. Ele também pediu a liberação de respiradores que acabam de chegar da China para conclusão do novo Hospital de Urgência, e reforçou “a importância da retomada gradual das atividades, desde que baseada nos pilares da saúde”.

Mauá também informou que a ideia é seguir a flexibilização junto às medidas do Estado. 




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