Cerca de 150 familiares de vítimas do vôo 3054 da TAM realizaram ontem protesto pedindo agilidade na identificação dos corpos de parentes. Na última terça-feira, 197 pessoas morreram após o choque da aeronave com um edifício da mesma empresa.

A manifestação ocorreu no saguão do aeroporto de Congonhas e na Avenida Washington Luiz, em frente aos destroços do edifício atingido pela aeronave.

Os manifestantes seguiram de ônibus rumo ao aeroporto, com fotos das vítimas nas mãos e coladas no peito. Dentro do terminal aéreo, o protesto ocorreu em frente ao guichê da TAM. As pessoas deram as mãos e rezaram o Pai Nosso.

Funcionários da TAM acompanharam a oração sem sair dos postos de trabalho, mas se levantaram e fizeram silêncio.

“Há necessidade de mais espaço no IML (Instituto Médico Legal) para que os corpos sejam identificados”, afirmou Elisie Pedrosa, mãe de um dos passageiros do vôo, Gabriel Pedrosa, 26 anos.

Após a manifestação no terminal, o grupo saiu do aeroporto em direção ao complexo da TAM atingido pelo Airbus. O trânsito foi interrompido com o auxílio da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego).

No local da tragédia, os familiares fizeram silêncio e deitaram na pista. Centenas de curiosos aplaudiram.

A manifestação de ontem ocorreu após missa na Catedral da Sé em memória dos mortos. Autoridades compareceram à celebração, como o prefeito da Capital, Gilberto Kassab, secretários de Estado e o presidente da TAM, Marco Antonio Bologna.

Após a missa, o prefeito da Capital anunciou a intenção de desapropriar a área do acidente para a construção de uma praça em homenagem às das vítimas.

O comandante do Corpo de Bombeiros, Manoel Antônio da Silva Araújo, esteve na missa e na passeata. Ele foi bastante questionado sobre o andamento dos trabalhos de busca e a possibilidades de ainda haver corpos soterrados.

Por isso, após a manifestação na Avenida Washington Luiz, ele fez uma reunião com os parentes em um dos hotéis que abriga os familiares das vítimas.