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Santo André pretende reforçar ações da GCM com bico oficial de PMs

Projeto que autoriza convênio com governo do Estado para que agentes atuem nas atividades municipais nas folgas foi enviado à Câmara

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
12/02/2020 | 00:03
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Celso Luiz/DGABC


 O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), entregou, na tarde de ontem, na Câmara Municipal, projeto de lei de autoria do Executivo que autoriza o município a celebrar convênio com o governo estadual para contratar policiais militares que vão atuar em conjunto com a GCM (Guarda Civil Municipal) em seus dias de folga. A Atividade Delegada oficializa o bico dos agentes e reforça o efetivo nas cidades.

De acordo com Paulo Serra, estão reservados R$ 200 mil ao mês para o pagamento dos agentes que se cadastrarem. A expectativa é que 30 a 50 policiais façam parte do programa, em jornadas diárias de até oito horas. A remuneração será de uma Ufesp (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo) por hora de trabalho. Até o dia 31 de dezembro, o valor era de R$ 27,61 (o que acrescentaria R$ 220,88 por dia de trabalho aos profissionais que aderirem ao projeto).

O prefeito destacou que já há um diálogo com a Polícia Militar na região e que existe “grande interesse” por parte dos policiais em participar da atividade. “Temos o Comitê Integrado de Segurança, que a cada 15 dias se reúne, e o coronel Nery (Renato Nery Machado, comandante da Polícia Militar no Grande ABC) vê isso com muitos bons olhos e deve ter uma efetividade muito grande de inscrições”, pontuou.

O incremento do efetivo – Santo André conta com cerca de 1.500 policiais militares na ativa e 700 GCMs – deverá ocorrer nas operações que são realizadas pela guarda, como a Operação Sono Tranquilo, de combate à poluição sonora, e a Operação Ponto Seguro, deflagrada nas primeiras horas da manhã para garantir segurança nos pontos de ônibus do município.

“É, sem dúvida nenhuma, um aumento importante do efetivo na cidade. O município que mais tem oficiais na Atividade Delegada é Taubaté (Interior de São Paulo), que tem 50 homens a mais por dia, e a gente pode chegar muito perto disso”, afirmou Paulo Serra. 

“A partir da aprovação dos vereadores, e o clima na Câmara é muito favorável a esse projeto, a gente acredita que logo após o Carnaval, no início de março, a gente já possa contar com isso (Atividade Delegada)”, completou o chefe do Executivo. 

O prefeito destacou que, além da ampliação policial, a administração prevê instalação gradual de câmeras de segurança (a promessa é 3.000 até o fim do ano) em próprios públicos, como escolas e unidade de saúde para o combate de furtos e atos de vandalismo. “Os policiais ficam à disposição do município nas ações de rua e, para escolas, UBSs (Unidades Básicas de Saúde), a gente está investindo em tecnologia”, concluiu Paulo Serra.

 

Cidade é a segunda a aderir à iniciativa

Caso o projeto que oficializa o bico de PMs (policiais militares) seja aprovado na Câmara de Vereadores de Santo André, a cidade será a segunda do Grande ABC a aderir à Operação Delegada, convênio entre prefeituras e governo do Estado que libera agentes de segurança estaduais de folga para reforço das ações da GCM (Guarda Civil Municipal).

São Caetano aderiu à iniciativa em 2014. Em março de 2018, após período de nove meses em que o acordo não vigorou, o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) renovou o convênio com a SSP (Secretaria da Segurança Pública ) do Estado de São Paulo e promoveu ampliações. O número de policiais que reforçam a segurança pública da cidade passou de 16 para 32 agentes por dia. Os PMs atuam em turnos de até oito horas diariamente e podem trabalhar por, no máximo, dez dias de suas folgas mensalmente. 

Em todo o Estado de São Paulo, 61 cidades já aderiram ao convênio desde o seu lançamento, em 2009, inicialmente apenas para a Capital. 

Paulo Serra revê projeto de piscinão

Questionado sobre medidas de combate às enchentes durante sua visita à Câmara Municipal, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), afirmou que está iniciando no Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) discussão para que sejam encontrados novos meios de lidar com a questão da drenagem urbana. 

“(O que aconteceu) No Parque Pignatari foi uma fatalidade. Um raio derrubou uma árvore, que derrubou a grade, que derrubou o muro. Mas tenho discutido com a equipe, tecnicamente falando, que a gente vive uma nova realidade. Talvez os estudos dos últimos 20 anos que apontam piscinões como solução não sejam o caminho”, citou Paulo Serra. 

O prefeito declarou ainda que o projeto de piscinão sob o Parque Ana Brandão, no Jardim Ipanema, está sendo revisto com base neste novo entendimento. “(Piscinões) São importantes, mas são medidas paliativas. Temos de pensar novos modelos de combate para enfrentar esse novo modelo de chuva”, finalizou.




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