"Os incomodados que se retirem". O analista de sistemas Douglas Falsarella, 31 anos, seguiu o ditado à risca. Morador da rua Laureano no bairro Camilópolis, em São André, ele desistiu da guerra contra os ratos em sua casa. Há seis meses, o analista de sistemas começou a receber as indesejáveis visitas. Não conseguiu vencê-los e agora está se mudando da residência onde morou por três anos.

"Por causa desses bichos, estou perdendo dinheiro. Em março, mandei fazer desratização na minha casa e na casa de dois vizinhos. Desembolsei R$600 com tudo isso. Não posso deixar janela, porta, nada aberto", lamenta o morador que está de mudança para um apartamento no mesmo bairro. "Fiz três reclamações para a Prefeitura. Eles vieram apenas na rua e colocaram veneno nas bocas-de-lobo. Os funcionários que vieram aqui disseram que não colocariam veneno dentro da minha casa porque não podem entrar em residências", diz.

De acordo com o morador, os ratos não têm hora para aparecer. "Durante o dia e a noite eles mostravam que estavam aqui. Há dez dias, eu e minha esposa ouvimos um barulho dentro do quarto, procuramos e descobrimos um rato no corredor." Até mesmo depois de mortos os roedores tiravam o sossego do morador, que é pai de um bebê de um ano. "Coloquei veneno no forro de madeira da casa e o rato morreu lá. Depois de um tempo começou a cair larvas do teto do banheiro. Tive que chamar um pedreiro para arrumar".

Iscas, raticidas, ratoeiras. Nada consegue dar um fim nos roedores dentro da casa do analista de sistema. Assim como ele, os outros moradores da rua também passam pela mesma situação. O auxiliar geral Alexandre Angel Setembro, 30 anos, deixa as portas e janelas fechadas para evitar que os bichos invadam a residência. "Dias atrás encontrei um rato morto em cima do meu telhado. Limpei calha, tirei os matos. Cortaram uma árvore na frente da minha casa e pretendo cortar a pequenininha que tenho ao lado do muro. Não quero dar brecha para ratos entrarem em casa".

Combate – De acordo com a Prefeitura da cidade, a rua Laureano foi desratizada em março. Segundo a administração, não deveriam existir mais roedores no local. Entretanto, o rato de telhado é uma espécie que não é brasileira e por isso não se sabe quais os venenos mais eficazes para acabar com a praga.

As reclamações que são feitas por telefone e as informações da vigilância ambiental e de saúde do município serão unidas à imagens de satélite para fazer o mapeamento das áreas da cidade mais afetadas pela infestação.

No mês de julho, sete equipes farão a desratização em 19 bairros, como Jardim do Estádio, Condomínio Maracanã, Vila Luzita, Cata Preta entre outros. (Supervisão de Artur Rodrigues)

- Coloque numa assadeira cimento em pó seco e fubá mimoso e misture bem.

- Para chamar a atenção do rato, coloque lascas de queijo em cima da mistura.

- Deixe a fôrma no chão com uma vasilha de água ao lado.

- O rato vai comer o mistura seca e sentirá sede. Em seguida, vai procurar a água. A água vai endurecer a mistura do cimento no estômago do animal, o que causará a sua morte. O fubá pode ser substituído por quirera (milho picado). No caso de ratos de telhados, no lugar do queijo, é melhor colocar frutas, preferidos dessa espécie.