Com a presença de executivos chineses e do governador de São Paulo, Geraldo Alkmin, a direção da Chery no Brasil fez o lançamento da pedra fundamental de sua fábrica na cidade de Jacareí, no interior de São Paulo, nesta semana. A empresa anunciou investimentos de US$ 400 milhões para produzir veículos dentro de dois anos.

É a primeira unidade fabril da montadora instalada fora da China. As obras estão previstas para começar em agosto e terminar em setembro de 2013.

De acordo com o presidente mundial da Chery, Yin Tongyue, a fábrica terá capacidade para produzir 150 mil veículos por ano. No primeiro estágio, a unidade vai gerar 1.500 empregos diretos.

"A marca possui 12 fábricas fora da China, mas todas executam apenas montagem de peças - são as chamadas CKDs (Complete Knock-Down). A unidade brasileira será a primeira a produzir, de fato e em larga escala", afirmou Luis Curi, CEO da Chery do Brasil.

A razão dessa decisão inédita está no crescente mercado brasileiro, que está entre os cinco maiores do mundo. Com vendas estimadas para 2011 de 3,6 milhões de unidades, o potencial do Brasil atraiu Chery - considerada a maior montadora dentro da China.

Além da pujança, a similaridade do mercado nacional também foi fator decisivo para atrair a empresa, que aposta na estratégia de produzir aqui modelos com preços competitivos.

Inicialmente, a fábrica terá duas plataformas de veículos. Serão cinco modelos - um deles o A13, nas versões hatch e sedã. Antes de terem a produção local, serão importados da China com motorização flexível 1.3. Atualmente, a fábrica importa os modelos QQ, Face, Cielo e Tiggo.

"Depois que iniciamos a comercialização de nossos produtos no País, tivemos grande aceitação de mercado, o que aumentou consideravelmente as vendas. Registramos crescimento de mais de 1.300% nas negociações, e a instalação de uma fábrica suprirá essa demanda, que segue em constante ascensão", disse Curi.

A área escolhida para a implantação da fábrica é de 1 milhão de metros quadrados - sendo 400 mil utilizados na primeira etapa de construção, o que já garante o alcance da capacidade produtiva esperada. A produção vai abastecer o mercado interno e também toda a América Latina.

A empresa escolheu Jacareí pelo fato de a cidade estar localizada no centro do Sudeste - maior mercado consumidor automotivo do País.

Além da conveniência logística, a área oferece completa cadeia de abastecimento para a indústria automobilística. Pesou também o fato de a administração municipal de Jacareí ter garantido incentivos. "É uma parceria de longo prazo, que certamente renderá bons frutos", afirma Curi.

De acordo com o executivo, a unidade tem potencial para gerar 4.000 empregos diretos quando alcançar a capacidade máxima produtiva. Se o mercado brasileiro continuar em expansão, isso deverá ocorrer em 2015.