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News Seller queria falar de Santo André. Depois...

Ermelinda Camellini Fávero, a Dona Linda, e Alceu Fávero viram o News Seller nascer, em 1958

Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
27/12/2009 | 00:00
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Ermelinda Camellini Fávero, a Dona Linda, e Alceu Fávero viram o News Seller nascer, em 1958. Já estavam casados e se acostumaram com aquele novo tipo de jornal que se esmerava em falar da cidade de Santo André - a cobertura do ABC e, depois, Grande ABC, ainda estava por vir.

A entrega semanal era gratuita. Quando o jornal começou a ser cobrado, o hábito de ler News Seller já estava impregnado na vida do casal. Viraram assinantes na fase Diário, a partir de 1968.

Em 1991, Dona Linda se transforma em memorialista. Separa fotos, identifica paisagens, relembra histórias e passa a colaborar com essa página Memória. A derrubada de um casarão na Vila Assunção foi o gancho para que lembranças aflorassem. E em 2005, quando Linda e Alceu completaram 40 anos de casamento, a notícia foi uma vez mais assunto em Memória.

As matérias foram recortadas com carinho. Estão arquivadas em álbum familiar.

Alceu lê o Diário "de cabo a rabo", editoria por editoria: Esportes, Setecidades, Economia; Dona Linda começa pela parte feminina, debruça-se em Cultura & Lazer, não perde um horóscopo e vive recortando o Diarinho, oferecendo as notícias às crianças da rua, no Jardim Cristiane.

 IMIGRANTES & MIGRANTES
Os Camellini têm origens em Mantova, na Itália. A família se forma em Jaguariúna e transfere-se para Santo André em 1937. Linda tinha 1 ano de idade. Carlos, o irmão mais velho, veio primeiro. Fez carreira na Rhodiaceta. Depois vieram os demais: Rhodiaceta estava aberta aos Camellini, como sempre, abrigou tantas outras famílias.

O motorista aposentado Alceu nasceu em São Joaquim da Barra e viveu na cidade até os 12 anos de idade. O pai, João Fávero, arranjou emprego na construtora Azevedo Palma Travassos, que realizava série de obras em Santo André. Veio na frente. Três meses depois trouxe toda a família.

Linda e Alceu se conheceram em 1950. Ele estava no Exército, ela tinha 14 anos. Foi numa quermesse, em pleno Largo da Matriz de Vila Assunção, e o Bar da Saudade, na Rua Guilherme Marconi, era o ponto de encontro. Casaram-se em 1955. Vieram os filhos, Alceu, hoje comprador, e Leonor, secretária bilíngue. Já são três netos: Marcos Vinicius (que é jornalista), Stefani (estuda Odontologia na USP) e Giovana, estilista.

EM PÍLULAS
1 - Mil novecentos e quarenta e cinco, fim da guerra. Uma lembrança que ficou: os Fávero estão reunidos na Avenida Portugal. Um espetáculo toma conta de Santo André, com fogos, rojões, choro e riso ao mesmo tempo.

2 - Francisco Camellini tinha um sonho: publicar uma foto de seus amigos da Rhodiaceta aqui em Memória. Separou a foto, identificou um a um os colegas, e entregou para a irmã Linda.

3 - A foto vai publicada hoje. Era 1961. Os colegas de Rhodia dirigem-se ao Riacho Grande para uma prova de pesca. A partir da esquerda: Osvaldo Gouveia, Laerte, Osvaldo Scheez, José Bernardo, Paulo S. Florêncio, Mario Vicente, Américo Dominichelli, João E. Kuzez, José F. Ricci, Bruno Pellegi Gogoni e Francisco Carmellini.

ASSINANTES
Memória se propõe a contar a história dos antigos assinantes do Diário. Daí o convite: Você assina este jornal há mais de 30 anos? Então entre em contato conosco. Queremos homenagear a todos. Separe fotos, relembre histórias. Faça como Linda e Alceu. Você é muito importante e estará permanentemente na pauta de Memória. Obrigadão...

NEWS SELLER
Domingo, 27 de dezembro de 1959

Manchete - Serão empossados dia 1º os prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Em Santo André, prefeito Oswaldo Gimenez e vice-prefeito José Sampaio; em São Bernardo, prefeito Lauro Gomes e vice Hygino de Lima.

São Bernardo - Instituto de Administração Municipal e revista O Cruzeiro entregam a São Bernardo o galardão de o município de maior progresso no Brasil.

Religiosidade - Será lançado hoje, na Vila Curuçá, o marco inicial da Igreja de Fátima e gruta de Lourdes. Uma missa campal será celebrada por Erasmo Assumpção, doador do terreno da futura igreja.

Imprensa - News Seller lança a coluna Mirante Político.

DIÁRIO HÁ 30 ANOS
Quinta-feira, 27 de dezembro de 1979

Grande ABC - Falta de proteção nas marginais causa revolta. Problemas na Avenida dos Estados e nas marginais dos córregos Saracantan, do Moinho e Ramiro Colleoni.

Editorial - E a reforma vai desvendando os mistérios

Primeiro Plano (Eduardo Camargo) - Reis Veloso, dez anos depois.

Polícia - Mulher assassinada na noite de Natal em São Caetano.

EM 27 DE DEZEMBRO DE...
1939 - Criado o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), encarregado da censura aos meios de comunicação.

1954 - Companhia Cinematográfica Vera Cruz lança o documentário São Paulo em festas.

HOJE
Festa da Sagrada Família.

SANTOS DO DIA
Fabíola, João (apóstolo e evangelista), Nicerata, Teodoro e Teófanes.

FALECIMENTO
Durante 45 anos Benedito Penalva trabalhou na indústria Alumínio Fulgor, na Mooca. Chegou ao cargo de encarregado da laminação, um dos postos principais de toda indústria do gênero. Fez muitas horas extras e com elas conseguiu construir sua casa na Vila Metalúrgica, em Utinga.

Ele viu Utinga crescer, juntamente com a mulher, Elizabeth Molnar Penalva. Comprou o terreno em 1947. Em 1949 trouxe a mulher para conhecer. E se perderam naquele fim de mundo. Utinga não tinha nada, absolutamente. As áreas eram vazias e com muita lama. "Eu não vou morar em Utinga", protestou Elizabeth.

A mudança da Mooca para Utinga ocorreu apenas em 1961. No ano seguinte nasceu a filha única do casal, que recebeu o nome da mãe.

Benedito Penalva era filho de Santos Penalva e Maria Garcia Penalva. A família mudou do Interior para a Mooca em 1932, o ano da Revolução Constitucionalista. Seus vizinhos eram os húngaros Molnar, e a jovenzinha Elizabeth. Conheceram-se adolescentes. Namoraram e casaram em 23 de dezembro de 1943.

"Papai era um homem bom, trabalhador, honesto, e todos que o conheceram podem confirmar o que estou dizendo", testemunha a filha Elizabete. Na construção de sua casa em Utinga ele foi pedreiro, encanador, eletricista. Acompanhou e participou diretamente das obras.

Benedito Penalva partiu aos 89 anos. Deixa a mulher Elizabeth, 88 anos, a filha Elizabete, o genro Antonio Luigi Berardis - leitor assíduo aqui da Memória - e a neta Ana Catarina, sua xodó. Está sepultado no Cemitério Sagrado Coração de Jesus, em Camilópolis.




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