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EUA querem aterrorizar o Oriente Médio, diz Iraque
da AFP
10/01/2003 | 11:12
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O Iraque afirma que os preparativos militares norte-americanos no Oriente Médio estão destinados a aterrorizar os países da região, e, em função das recentes declarações dos chefes dos inspetores de armas da ONU, os Estados Unidos afirmaram que não é necessário qualquer "delito flagrante" para que um ataque contra Bagdá seja decidido.

Em Nova York, o diretor executivo da Comissão de Vigilância, Verificação e Inspeção (Unmovic), Hans Blix, afirmou que os inspetores não encontraram qualquer "delito flagrante" durante as seis semanas de inspeções, mas enfatizou que os iraquianos "poderiam ter colaborado de forma mais ativa".

Por sua parte, o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Mohamed ElBaradei, indicou que os inspetores não puderam interrogar em particular os iraquianos e que isso "não corresponde à cooperação esperada".

O secretário de Estado norte-americano Colin Powell reagiu às declarações de Blix destacando que não é necessário qualquer "delito flagrante" para que os Estados Unidos ataquem o Iraque.

"Se a comunidade internacional considerar que (o presidente iraquiano) Saddam Hussein não está cooperando de forma que permita determinar a verdade, então ele está violando a resolução (1441) das Nações Unidas", afirmou Powell, falando à NBC.

O governo norte-americano reiterou na quinta-feira que o Iraque possui armas de destruição em massa. "Nós temos a absoluta certeza de que existem armas lá", declarou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.

Em Bagdá, o general Hossam Mohamed Amin, presidente do Órgão de Controle iraquiano, encarregado das relações com os inspetores da ONU, disse nesta quinta-feira que seu país recebe de forma favorável qualquer pergunta que possa ser feita pela pela Unmovic ou a Aiea.

Amin respondeu assim às afirmações de Blix, que disse que o Iraque, em sua declaração sobre seus programas de armas de destruição em massa, deixara muitas perguntas sem resposta.

Blix também disse à imprensa que os inspetores "não encontraram prova alguma" desde que chegaram ao Iraque, em 25 de novembro de 2002.

Amin, por sua vez, repetiu que os cientistas iraquianos que os inspetores querem interrogar "são livres para decidir se aceitam viajar ou não" para uma eventual audiência no exterior. No entanto, estimou que nenhum cientista ou engenheiro estava, no momento, disposto a falar com os especialistas da ONU.

No momento, cerca de 65.000 a 75.000 fuzileiros norte-americanos encontram-se posicionados no Golfo Pérsico e nos países vizinhos por causa da possibilidade de uma guerra contra o Iraque, anunciou o comandante das tropas, general Jim Jones.

Enquanto prossegue o envio de militares à região, Bagdá acusa Washington de querer invadir o Iraque para controlar suas riquezas petroleiras, afirmando que, apesar de tudo, os iraquianos "já conseguiram uma vitória psicológica" sobre os Estados Unidos.

"O objetivo primordial dos Estados Unidos consiste não apenas em colocar os países do Golfo sob sua tutela, como também invadir o Iraque, o que permitirá a Washington controlar uma das principais fontes de energia do mundo", afirma o jornal As Saura, do Partido Baath (no poder).

"As concentrações militares (no Golfo Pérsico), as contínuas ameaças e a manutenção do embargo da ONU estão destinadas a aterrorizar os povos e os governos do mundo inteiro, e principalmente os da região", concluiu o jornal.




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