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Polícia invade presídio e poe fim a motim de presas no Tatuapé
Do Diário OnLine
27/12/2000 | 11:27
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Terminou na manha desta quarta-feira a rebeliao das 469 detentas do presídio feminino do Tatuapé, zona Leste de Sao Paulo. O motim durou cerca de 20 horas. A Polícia Militar invadiu o local após tentar obter um acordo com as detentas. Sete agentes penitenciárias eram mantidas reféns e há informaçoes de que pelo menos duas delas estao feridas. A oitava refém - uma funcionária do presídio, como as outras - foi libertada no início da madrugada desta quarta, ferida e em estado de choque.

Elas estavam rebeladas desde às 13h de terça-feira. Na noite desta terça-feira elas chegaram a um acordo para libertar as agentes penitenciárias, o que deveria acontecer logo pela manha. Três bombas explodiram e aumentaram a tensao no presídio por volta das 11h. O policiamento no local foi reforçado. Dois caminhoes chegaram ao local pouco depois com mais 40 PMs a pé e pararam na frente da cadeia. O helicóptero Aguia da Polícia Militar também sobrevoou a área.

As negociaçoes foram lideradas pelo secretário estadual de administraçao penitenciária, Nagashi Furukawa. Em troca, ele tinha prometido avaliar as reivindicaçoes das detentas. No entanto, ele declarou após o fim da rebeliao que nenhuma reivindicaçao foi atendida. Sobre a troca da Diretoria, ele disse que iria estudar a possibilidade.

As presas exigiram a troca da direçao do presídio, revisao das penas e melhoria na qualidade da comida servida na cadeia - as presas afirmam que há "bichos e pêlos" nos alimentos, que chegam "sujos e estragados".

Tombo - A rebeliao começou por volta das 13h de terça-feira, quando 20 detentas tentaram escapar da cadeia. Treze delas chegaram a pular uma grade de aproximadamente três metros, mas saíram no pátio de uma delegacia vizinha e foram recapturadas pela Polícia Militar em seguida.

Segundo o delegado titular do 81º DP, Eider Castor da Nóbrega, umas da presas que tentou fugir teve luxaçao na perna ao tentar pular a grade. Outra pulou do primeiro andar para a rua e bateu com a cabeça no chao.

Durante a tarde, as detentas tomaram o prédio da cadeia e ameaçaram constantemente as reféns. Uma delas chegou a ser violentamente espancada.

As rebeladas estavam armadas com estiletes, paus, canos e estoques. Uma fogueira foi acesa com colchoes e jornais no pátio.

Familiares das detentas foram para a porta da cadeia pouco depois do início do levante. Com a chegada da Tropa de Choque da Polícia Militar e as movimentaçoes do batalhao, o desespero dos parentes aumentava. Algumas pessoas tentaram forçar uma grade para entrar na cadeia.

Na última contagem, realizada em 20 de dezembro, 469 presas eram abrigadas no local. O presídio tem capacidade para 360 detentas.




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