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Esclerose sem drama
Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
16/03/2008 | 07:02
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Doença inflamatória no sistema nervoso central, a esclerose múltipla assusta ao ser diagnosticada, principalmente por conta do nome. Receber a notícia de que você sofre da patologia, no entanto, não é o fim do mundo. Com o tratamento adequado, especialistas garantem que ela pode ser controlada e apresentar menores seqüelas.

É deste problema que sofre o personagem Léo, protagonizado por Dan Stulbach na minissérie Queridos Amigos, da Rede Globo. Embora não tenha procurado um profissional para examiná-lo, ele e os amigos desconfiam da patologia, devido aos sintomas como tonturas e dormência nas mãos. 

A neurologista da Associação Brasileira de Esclerose Múltipla Maria Cristina Giácomo Brandão explica que a esclerose é ocasionada pela destruição da mielina, substância que recobre os prolongamentos dos nervos. “Ela é reconhecida como algo estranho, o que estimula a criação de anticorpos que a destroem e afeta o sistema nervoso.”

Existem quatro tipos de manifestações da patologia. Porém a mais comum é a que resulta em surtos – que ocorre em 85% dos casos – e a que evolui progressivamente.

O tratamento mais utilizado é o imunomodulador, feito com medicamentos. Ele visa controlar o sistema imunológico para que não afete o nervoso. 

Sinal de alerta - A qualquer sinal de dificuldade visual, formigamentos no corpo, tremor em determinado segmento do braço e problemas para segurar a urina, o neurologista Dagoberto Callegaro, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que tem clínica em São Caetano, recomenda fazer exames. Segundo ele, a doença acomete em sua maioria mulheres na faixa entre 20 a 30 anos.

Dados

- A esclerose múltipla atinge áreas dispersas do cérebro e da medula espinhal.

- Os sintomas e crises aparecem e desaparecem de maneira imprevisível.

- A doença é desencadeada sempre, embora não se saiba sua causa, em casos de estresse elevado.

- O portador de esclerose não deve passar por situações em que fique exposto ao calor.

- Para ter um diagnóstico preciso, tem de fazer a análise dos sintomas e exames como ressonância de crânio e de coluna cervical.

- Como os medicamentos mexem com o sistema imunológico, é recomendado que o paciente que tem a doença evite freqüentar hospitais.

- As pessoas da raça branca são as maiores vítimas do problema, mas não se sabe o motivo. No Brasil, cerca de 30 mil estão com esclerose.

- Aqueles que apresentarem a patologia em casos mais graves, demoram de 20 a 30 anos para ficarem incapacitados.

- A doença não tem cura, mas também não ocasiona a morte do doente. Os remédios usados no tratamento apenas aumentam o intervalo de incidência das crises, mas não solucionam o problema.




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