Política Titulo Mauá
Sinvaldo Carteiro demitiu um comissionado por mês

Acusado de cobrar pedágio, vereador de Mauá exonerou 19 assessores em período de dois anos

Júnior Carvalho
do dgabc.com.br
30/01/2019 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Acusado de exigir a devolução de parte dos salários dos seus assessores, o vereador Sinvaldo Carteiro (DC), de Mauá, demitiu 19 auxiliares comissionados em um período de dois anos. É como se o parlamentar tivesse exonerado praticamente um funcionário por mês desde que assumiu o mandato, em janeiro de 2017, até dezembro do ano passado.

Essa intensa movimentação de pessoal no gabinete de Sinvaldo consta em inquérito do Ministério Público de Mauá, que apura possível prática de cobrança de pedágio e é atribuída justamente ao suposto esquema, ou seja, os assessores teriam sido rotineiramente trocados por resistirem a devolver parte dos salários. Ex-assessores acusam o parlamentar, além de outros dois vereadores (Samuel Enfermeiro, do PSB; e Tchacabum, do PRP), de coagi-los a devolver parte dos salários sob ameaça de serem exonerados. Os três negam.

A primeira demissão no gabinete de Sinvaldo é datada de maio do ano retrasado. Elton Nunes foi nomeado para o cargo comissionado de assessor de coordenação e articulação política em janeiro de 2017 e, cinco meses depois, foi demitido. Em junho daquele mesmo ano, outra exoneração. Só em 2017 foram oito baixas no gabinete, fora as várias trocas de funcionários de funções – o que é corriqueiro em todos os setores do Legislativo mauaense.

No caso dos gabinetes de Samuel Enfermeiro e de Tchacabum, as exonerações foram em menor escala: ambos demitiram, nesses mesmos dois anos de mandato, sete assessores, ao todo. Existiram outras exonerações formais, mas posteriormente esses auxiliares foram novamente nomeados em outras funções comissionadas.

O Diário mostrou no domingo que o Ministério Público de Mauá investiga Samuel Enfermeiro, Sinvaldo Carteiro e Tchacabum por suposta prática de cobrança de pedágio.

Na edição de ontem, o Diário mostrou, com exclusividade, que extratos bancários entregues por ex-assessores de Sinvaldo ao MP revelam a existência de frequentes saques no caixa eletrônico instalado dentro da Câmara de Mauá logo depois de o salário cair na conta. Esses ex-assessores levaram os dados bancários à Promotoria justamente para provar, segundo eles, que, ao receber seus rendimentos, sacavam boa parte ou quase todo o dinheiro e entregavam ao parlamentar. As cópias dos extratos mostram pelo menos seis saques no mesmo dia em que o salário era depositado. Ao todo, foram R$ 6.460 em saques feitos no caixa eletrônico do Banco do Brasil instalado na entrada da Câmara.

Questionado sobre ao que se devem as várias exonerações em seu gabinete, Sinvaldo não se manifestou. 




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