A reforma administrativa de Ribeirão Pires proposta pelo prefeito Clóvis Volpi (PV) vai criar 42 cargos comissionados e quatro novas secretarias, aumentando de oito para 12 o número de Pastas. No entanto, o secretário de Administração, José Valentim Seraphin, assegura que não haverá acréscimo na folha de pagamento. O projeto de lei da reforma tramita em regime de urgência na Câmara e deve ser votado nesta quarta-feira.

De acordo com Seraphin, apesar de a reforma aumentar o número de cargos em comissão de 202 para 244, os postos de sub-gerente foram eliminados e outros também com faixa salarial alta, em torno de R$ 2 mil, foram reduzidos. A proposta prioriza a criação de cargos de um padrão salarial médio. Com as mudanças nos cargos, a folha de pagamento mensal permaneceria nos R$ 327 mil gastos atualmente com os servidores.

O projeto também cria quatro novas secretarias. O Executivo passa de oito para 12 Pastas. Alguns dos novos gabinetes são na verdade desmembramentos dos já existentes e ficam assim distribuídos: Desenvolvimento Econômico e Turismo com Marcelo Menato; Desenvolvimento e Planejamento Urbano com Antonio Bespalec; Esporte e Turismo com Koiti Takaki; e Promoção Social com Rubens Moraes de Souza. Completam o quadro a criação das secretarias de Comunicação (antes era uma assessoria), coordenada por Nilson Colombo, e a do Verde, Meio Ambiente e Saneamento Básico, a única ainda sem titular.

A reforma administrativa prevê a criação da Ouvidoria Municipal, que será assumida pelo ex-vereador José Luiz de Santiago Filho. Mas detalhes técnicos, como o funcionamento do número 156 para atendimento telefônico, atrasam a implantação desse serviço. Santiago já exerce a função de ouvidor no atendimento ao público realizado às quartas-feiras no gabinete de Clóvis Volpi.

A proposta de reforma administrativa será avaliada nesta quarta-feira pela Comissão de Justiça e Redação, Finanças e Orçamento e, em seguida, levada a voto na sessão da Câmara, à noite. A vereadora Elza da Silva Carlos, a professora Elzinha (PT), reclama do pouco tempo para analisar o projeto. “Nada contra a reforma, mas tem muitos detalhes, muitos cargos novos que precisam ser estudados para não comprometerem a própria administração”, afirma. A petista vai pedir o adiamento da votação, mas já adianta que deverá ser voto vencido.

Embora tenha enviado longa mensagem de sete páginas à Câmara para explicar a reforma, a criação de 42 novos cargos de confiança vai na contramão do que era anunciado pelo governo há pouco mais de um mês. Dia 11 de janeiro, Volpi dizia que iria cortar 100 comissionados para gerar uma economia de R$ 6 milhões no ano. Logo que venceu a eleição, divulgou que a redução dos postos de gerentes traria uma economia de R$ 160 mil para a cidade.

Segundo Seraphin, a economia será feita com o aproveitamento de funcionários concursados para ocupar vários cargos em comissão. “Isso já está acontecendo, pois entre coordenadores e gerentes usamos 18 efetivos”, diz o secretário, que garante que nem todos os cargos serão utilizados. “Apenas 120 comissionados foram nomeados até agora”, afirma.

Guarda Ambiental – Está prevista também a criação da Guarda Ambiental, ligada à GCM (Guarda Civil Municipal). A idéia é aproveitar o concurso público da GCM previsto para março, que visa preencher 38 vagas, e selecionar mais 16 guardas para atuarem na área ambiental. Ribeirão Pires tem 100% de seu território protegido pela Lei de Mananciais e o principal problema do setor de meio ambiente da cidade está nas fronteiras urbanizadas de municípios não atingidos pela legislação, como Mauá e Franco da Rocha.