A participaçao das instituiçoes financeiras estrangeiras nos bancos brasileiros passou em 1998 de 112 bilhoes a 140 bilhoes de dólares, isto é, de 14 a 20%, segundo cálculos da consultoria Ernst e Young publicados neste domingo. A combinaçao da crise econômica e da globalizaçao do mercado foi positiva para as instituiçoes financeiras estrangeiras, que compraram ou incorporaram ao patrimônio bancos brasileiros e aumentaram o volume de crédito concedido a essas entidades, que passou de 10 a 20% nos dois últimos anos. ``A maioria dos bancos de investimento brasileiros tirava dinheiro de fora, emprestava aqui e lá, e vice-versa. Com a crise econômica, muitos ficaram sem ter como sustentar estas operaçoes, porque a perda de dinheiro foi imensa e, além disso, o Brasil perdeu credibilidade', destacou à imprensa o diretor da Ernst e Young, Nelson Hirano, quem assegurou que as operaçoes de crédito, por si sós, nao vao salvar os bancos. Os mais recentes exemplos deste processo foram registrados semana passada, quando o banco norte-americano Chase Manhattan comprou o sexto banco de investimentos brasileiro, O Patrimônio, ao mesmo tempo em que foram concluídas as negociaçoes entre Banque Nationale de Paris (BNP) e o brasileiro FonteCidam. Em 1997, a participaçao das instituiçoes financeiras estrangeiras no Brasil foi 30% menor em relaçao à cifra registrada ano passado.