A visita ao Brasil completou o tour de José Eduardo dos Santos, que também havia se reunido na semana passada com o presidente de Portugal, Jorge Sampaio, e com o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush.
Na conversa com Fernando Henrique, o presidente angolano pediu apoio na reconstrução do país, destruído por 26 anos de guerra civil. “Saí bastante satisfeito do encontro, na medida em que eu e o sr. Cardoso concordamos nas nossas impressões sobre o processo de paz”, disse.
Um reenvio de tropas brasileiras, contudo, não foi mencionado. Desde 1997, quando um combatente brasileiro foi morto e outro saiu ferido em confrontos com a Unita, o governo do país não mantém soldados em solo angolano.
O presidente angolano também afirmou que deseja um cessar-fogo com as tropas da Unita. Mesmo assim, desdenhou da força do movimento. “Hoje, a presença da Unita é residual”, afirmou.
Devido à morte de Savimbi, líder da Unita desde o início dos conflitos, em 1975, a guerra civil pode terminar por inanição do movimento guerrilheiro. Sem Savimbi, chefe carismático e que, por seu estilo autoritário, não dava margem ao surgimento de novas lideranças, a Unita perde considerável força.
Um dos países mais miseráveis do mundo, a Angola está em guerra desde o fim da colonização portuguesa, em 1975. À época, vários grupos de etnias diferentes reivindicavam o poder, mas coube ao marxista MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) assumir o controle do país.
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