Economia Titulo Mercado de trabalho
Serviços lideram empregos na região
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/04/2012 | 07:00
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O cenário do emprego no Grande ABC começou a ser totalmente modificado no início do século 21. Se até meados da década de 1990 era a indústria que mais contratava na região, a partir de 2000 o setor de serviços passou a predominar. De lá para cá, 45% dos empregos passaram a ser gerados em serviços, e esse percentual se manteve durante a década.

Atualmente, trabalham nos sete municípios 823.483 pessoas (o maior volume da história), sendo que 370.144 delas estão em prestadoras de serviços. Em 2000, dos 517.954 em atividade, 230.663 estavam no setor. O segmento foi o que mais ganhou funcionários nos últimos 12 anos, com 139.481 dos 305.509 postos. Os dados consideram só trabalhadores com registro em carteira e foram levantados pelo diretor do Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos da Prefeitura de Santo André, Dalmir Ribeiro.

Foi na transição do século que começou a ser disseminada prática até então pouco comum: a terceirização. Com o intuito de reduzir custos da folha de pagamento, atividades de limpeza, vendas, informática e logística, entre outras, passaram a ser desempenhadas por empresas especializadas.

A indústria, na época, não ia muito bem. Com a implantação do Plano Real, em 1994, e a abertura do mercado, houve grande entrada de importados, as taxas de juros eram altas e os impostos já eram altos. Situação semelhante aos dias atuais, não fosse pela taxa de juros, que nos anos 2000 era de 19% ao ano e, hoje, 9,75% ao ano. A carga tributária correspondia a 30% do PIB (Produto Interno Bruto) e, hoje, a 35%.

Muitas indústrias enxugaram seu quadro de funcionários, algumas fecharam as portas e outras deixaram a região. Foram em busca de terrenos maiores, mais baratos, e de mão de obra a preços mais acessíveis. "Embora o Grande ABC tenha sido berço de muitas indústrias, inclusive dos pólos petroquímicos, já que o primeiro dos quatro do País, o de Capuava, nasceu aqui, algumas acharam condições mais atrativas em outros lugares", diz Ribeiro.

Ele lembra a situação da Elevadores Otis, que funcionava onde hoje é o Sam's Clube de Santo André, na Avenida dos Estados. "Primeiro ela teve de ceder espaço para a passagem do trólebus e, depois, para a construção do viaduto. Hoje, está em São Bernardo", conta. "Outra, é a KS Pistões, atualmente em Nova Odessa (SP), ficava na Avenida Pereira Barreto, mas acabou perdendo terreno para a duplicação da via, que era de mão única."

Outras situações são investimentos da General Motors, com sede em São Caetano, e a Ford, em São Bernardo. Aportes milionários e a construção de novas fábricas estão sendo realizados em outras cidades. "Esses investimentos poderiam ser realizados aqui, mas não há mais espaço e o custo é mais alto."

CONSTRUÇÃO

A construção civil, embora tenha contratado 25.630 pessoas, foi a que mais se desenvolveu, com taxa de 9,8%, graças ao boom imobiliário pelo qual o Grande ABC começou a passar em 2005, explica Dalmir Ribeiro. Isso pode ser visto tanto nas obras de infraestrutura nas sete cidades como nos empreendimentos residenciais. O efetivo atual é de 39.482.

A geração de empregos na indústria da região só ficou atrás de serviços. O setor, apesar de toda a crise que atravessa, ganhou 70.477 trabalhadores desde o início do século. Porém, foi o que apresentou menor taxa de crescimento anual, com 2,8%. Hoje conta com estoque de 264.283 pessoas. Parte da tímida expansão é explicada pela perda de 50 mil empregados de 1989 a 2009.

O comércio empregou 66,1 mil funcionários de 2000 a 2012, e soma hoje 140.269 vagas. A taxa de incremento anual foi de 5,9%. "Os shoppings de Mauá e São Caetano contribuíram para aumentar as contratações do setor."




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