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Falhas operacionais resultam em queda no fluxo de veículos no Rodoanel Leste
Por Daniel Macário
do Diário do Grande ABC
24/07/2017 | 07:07
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André Henriques/DGABC


Dois anos depois de ser entregue por completo pelo governo estadual, o Trecho Leste do Rodoanel Mário Covas já apresenta seus primeiros sinais de desgaste, com impacto direto no fluxo diário de veículos que circula pelos seus 43,5 quilômetros de extensão. Com problemas operacionais, envolvendo faltas de iluminação e de segurança, a rodovia recebe hoje média de 20,5 mil veículos, número 21,76% inferior ao registrado pela SPMar – concessionária responsável pela rodovia – em janeiro de 2015, quando 26,2 mil veículos circulavam pela estrada que passa por Mauá, Ribeirão Pires, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano.

O fluxo de veículos, que não chega nem à metade dos 45 mil projetados inicialmente pelo Estado, revela falta de atrativos e deficiências estruturais constatados de perto pela equipe de reportagem do Diário.

Orçado em R$ 3,6 bilhões, o Trecho Leste apresenta logo na sua saída do Grande ABC, em trecho localizado no território de Mauá, ausência de iluminação, item básico para a segurança de motoristas.

Usuários que circulam pela via até encontram postes instalados no canteiro central, no entanto, somente com fiação, sem qualquer presença de lâmpada. O cenário, em determinados momentos, chega a apresentar melhoras com a presença de iluminação de LED em certos pontos, mas os equipamentos se limitam a áreas isoladas.

Um pouco mais à frente na rodovia, no território de Ribeirão Pires, outro problema chama a atenção. No caso, a presença de call boxes, os conhecidos telefones de emergência, identificados com a sigla SOS, fora de operação. A falha foi constatada em quatro pontos (nos km 90, 96, 99 e 103 da pista externa, sentido Itaquaquecetuba). Nos locais, motoristas que precisam de auxílio precisam recorrer a outros canais para solicitarem apoio.

Para complicar ainda mais a situação, usuários que optarem por usar telefone móvel terão de contar com a sorte. Isso porque a rodovia apresenta pontos incomunicáveis. O Diário constatou o problema com as operadoras (Oi, Claro e Nextel).

Considerado o principal tipo de veículo a circular pela rodovia, em virtude da fácil interligação com as rodovias Ayrton Senna e Presidente Dutra, caminhões, cuja velocidade máxima é de 80 km/h, também têm desrespeitado as leis de trânsito.

Sem presença de câmeras, motoristas trafegam com frequência acima do limite estabelecido, além de se aventurar pela faixa da esquerda, o que é proibido. Na quarta-feira, o veículo em que a equipe de reportagem do Diário trafegou durante todo o percurso a 80 km/h, com frequência foi ultrapassado por caminhões.

Procurada para comentar os problemas, a SPMar declarou ter cumprido a licitação ao instalar mais de 500 postes de iluminação em 20 quilômetros de pontos críticos de neblina. Sobre os postes sem iluminação, a concessionária diz que foram colocados por conta própria, porém, dependem de posicionamento da Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) sobre possível “reequilíbrio contratual”.

Em relação aos telefones de emergência, a SPMar disse que somente dois citados pelo Diário estavam inoperante “devido a ação de vândalos”. Os outros estão em pleno funcionamento. A concessionária falou ainda que apenas 3% dos atendimentos realizados na rodovia têm origem dos call boxes.

No quesito Segurança, a concessionária diz possuir 26 câmeras, dois radares estáticos (móveis) que operam em 30 locais diferentes, além de seis radares fixo. Todavia, a SPMar destacou realizações de campanhas promovidas ao longo do ano.

As operadores Claro e Oi declararam ter antenas de transmissão da rodovia, mas trabalham para ampliar o sistema. A Nextel não retornou aos contatos do Diário.
 




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