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Greve de motoristas deixa 300 mil sem ônibus em Campinas
Do Diário do Grande ABC
06/05/1999 | 13:50
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Cerca de 300 mil pessoas ficaram sem transporte nesta quinta em Campinas em razao da greve iniciada a zero hora pelos motoristas e cobradores das seis permissionárias que operam o sistema na cidade. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Campinas e Regiao, o movimento obteve adesao de 100% dos 4,1 mil trabalhadores que integram a categoria. Eles protestam contra cortes nos benefícios trabalhistas anunciados pela Associaçao das Empresas de Transporte Coletivo de Campinas (Transurc).

Ainda durante esta madrugada, os grevistas realizaram piquetes nas portas das garagens para impedir a saída dos ônibus. Segundo o sindicato da categoria, a frota de 780 ônibus ficou totalmente parada. Apesar da paralisaçao, até o início da tarde nao havia registro de tumultos envolvendo os grevistas. A greve obrigou a populaçao a tirar os carros da garagem, o que provocou pelo menos dez quilômetros de congestionamentos nas primeiras horas da manha.

Na semana passada, a Transurc anunciou o corte nas cestas básicas, vale refeiçao e convênio médico. "Sao direitos adquiridos, que nao podem ser cortados", disse o presidente do Sindicato, Mário de Oliveira Santana. A entidade ingressou no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) com uma medida cautelar para obrigar as empresas a retomarem os benefícios, mas até o início da tarde desta quarta a justiça nao havia se pronunciado sobre o pedido. A Transurc alega que os cortes nos benefícios sao necessários para equilibrar as contas das empresas. De acordo com a entidade, as permissionárias vêm registrando prejuízos da ordem de R$ 1,4 milhao por mês. Os empresários dizem que a circulaçao de peruas que trabalham em sistema de lotaçao afetou o movimento de passageiros dos ônibus. Com os cortes, eles esperam economizar cerca de R$ 1 milhao por mês.

Sem os benefícios, o Sindicato calcula que os motoristas, que recebem R$ 780,00 por mês, terao uma perda de 24% no salário. Já os cobradores, que recebem R$ 466,00, perderao 40%. "Muitos trabalhadores vao passar fome se ficarem sem os benefícios", afirma o presidente do sindicato.

O presidente da Transurc, Armando Damaceno, disse que se a Justiça do Trabalho determinar a manutençao dos benefícios, a entidade acatará a decisao. "Nesse caso, seremos obrigado a demitir empregados", afirmou. As duas partes deveriam se reunir às 16 horas na Procuradoria do Trabalho, para tentar um acordo. Se nao houvesse uma soluçao, o prefeito em exercício, Carlos Cruz (PMDB) deveria intervir para tentar conciliar empregados e empresários.

Com a paralisaçao, os perueiros registraram um aumento de 100% no movimento de passageiros. Eles passaram a circular pelos corredores exclusivos dos ônibus, mas a frota de mil peruas nao foi suficiente para atender a toda a demanda. Muitas pessoas chegaram a esperar mais de uma hora anos pontos para conseguir o transporte.




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