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Extremistas israelenses são presos em Jerusalém
Da AFP
10/04/2005 | 14:46
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Em uma ampla operação, a polícia israelense impediu na manhã deste domingo que um grupo de extremistas judeus se aproximasse da Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, onde milhares de muçulmanos se mobilizaram para defender o terceiro local sagrado do Islã.

Vinte e dois militantes de extrema-direita israelenses foram presos, entre eles Israel Cohen, líder do grupo ultranacionalista Revava, que havia convocado uma oração em massa na Esplanada como forma de protesto contra a evacuação de Israel da Faixa de Gaza prevista para julho.

Cohen se escondeu durante toda a noite em alguns banheiros próximos ao Muro das Lamentações, que fica ao lado da Esplanada das Mesquitas.

Porém, apenas algumas dezenas de ultranacionalistas israelenses, entre eles adolescentes e crianças, responderam ao chamado. A polícia não teve nenhum problema para controlá-los e impedir seu acesso à Esplanada.

Quase 3mil policiais estavam posicionados na região.

Por precaução, a polícia israelense restringiu o acesso à Esplanada apenas aos muçulmanos árabes-israelenses e aos palestinos de Jerusalém Oriental com mais de 40 anos.

No entanto, a medida não impediu que um dos líderes políticos do Hamas na Cisjordânia, o xeque Hassan Yussef, se somasse aos milhares muçulmanos reunidos na Esplanada.

Segundo a rádio pública israelense, Hassan Yussef, liberado no ano passado pelas autoridades israelenses, estava na Esplanada no dia 28 de setembro de 2000, durante a visita do atual premier Ariel Sharon, então líder da oposição, que foi interpretada como uma provocação pelos palestinos.

A repressão sangrenta por parte da polícia israelense aos protestos dos palestinos um dia depois da visita marcou o início da segunda rebelião.

A simples ameaça de novas manifestações na Esplanada das Mesquitas despertou uma gigantesca reação no mundo árabe e islâmico.

O Irã advertiu Israel contra as graves conseqüências que teria um ataque à mesquita de Al-Aqsa por parte de judeus de extrema-direita.

"Advertimos ao regime sionista que será responsável pelas conseqüências", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hamid Reza Assefi.

"Al-Aqsa pertence a todo o mundo islâmico e, se for profanada, isso trará conseqüências muito graves", acrescentou, pedindo ao Conselho de Segurança da ONU e as organizações internacionais que reajam para evitar atos deste tipo.

Ariel Sharon viajou na manhã deste domingo para o Texas (sul dos Estados Unidos), onde se reunirá na segunda-feira com o presidente americano George W. Bush em seu rancho de Crawford.

Este será o décimo encontro entre os dois governantes desde que Sharon chegou ao poder em 2001.

Antes do encontro com Bush, o premier israelense se reunirá neste domingo com a secretária de Estado americana Condoleezza Rice.

Sharon viaja aos Estados Unidos depois de ter obtido o aval do Parlamento e de seu gabinete para o plano de evacuação da Faixa de Gaza, dos 8 mil colonos instalados nesta região, e de outros quatro assentamentos do norte da Cisjordânia.

Os palestinos lançaram nesde sábado dezenas de obuses de morteiro sobre assentamentos israelenses e posições do exército israelense do sul da Faixa de Gaza sem provocar vítimas, informaram fontes militares.

Os disparos, que começaram depois da morte de três adolescentes palestinos pelo exército israelense na Faixa de Gaza, continuaram neste domingo e provocaram danos em três casas do assentamento de Neve Dekalim.

As três mortes constituem o incidente mais grave, do lado palestino, desde a instauração de uma trégua de fato por parte dos grupos armados palestinos no final de janeiro.




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