Você sabe o que são modelos organizacionais? Basicamente, eles são descritivos de como uma empresa funciona, como se organiza. Eles distinguem como a autoridade, o controle e a comunicação vão fluir dentro da companhia. Existem vários modelos organizacionais. Em geral eles refletem a estrutura organizacional, normalmente representada por organogramas. Servem para que a estratégia seja executada, ou seja, para alcançar objetivos, organizar a empresa de certa forma para que esta estrutura de maneira geral leve todo o corpo de colaboradores a chegarem ao resultado esperado.

Por que os modelos estão mudando? Eles mudam porque as estratégias mudam. O primeiro modelo que vou citar e que ainda funciona é por unidade de negócio. Há um presidente, as áreas são divididas por funções – por exemplo, o RH, o financeiro, vendas, área técnica –, todas com um diretor definido pela natureza do conhecimento ou do negócio. O presidente é responsável pela lucratividade.

Quando as empresas foram crescendo e se globalizando, elas montaram estruturas ou modelos matriciais, com cruzamento do que é a business unit (combinado com áreas corporativas globais que, em geral, verificam se as unidades de negócio estão seguindo as diretrizes globais). A autoridade fica dualizada: há gestor direto na unidade e gestor funcional em algum outro lugar. Neste caso, se não houver uma excelente gestão, poderá haver conflitos.

Algumas outras estruturas mais recentes definem-se montadas em rede. Há uma business unit, mas há estruturas mais mutantes, como células de trabalho, onde é possível juntar equipes multidisciplinares para cada projeto.

Estes modelos estão passando por verdadeira revolução para acompanhar estratégias cada vez mais rápidas, uma vez que produtos, serviços e o ciclo de vida das empresas estão cada vez mais curtos. A tomada de decisão precisa ser feita com mais velocidade e com olhar multidisciplinar. Sabemos que o olhar do todo é que encanta o cliente.

As empresas têm se organizado por uma tarefa que precisa ser entregue, mas participa-se também de outras áreas e outras tomadas de decisão, mesmo não necessariamente sendo a responsabilidade primeira do projeto. As estratégias também têm se tornado mais digitais, mais on-line e colaborativas. A estrutura rígida em que as áreas não trocavam informações não tem mais funcionado.

Algumas consequências destas mudanças alteram o jeito de pensar o trabalho. Sempre imaginamos como medir e aumentar a produtividade. Esta pergunta não tem mais dado conta das questões modernas do ambiente de trabalho. Produtividade media-se pelas horas que a pessoa chegava e ia embora, pela quantidade de coisas que ela fazia. Algumas funções ainda funcionam neste modelo, as mais operacionais, como do chão de fábrica e atendimento. Mas atividades de futuro, como tecnologia da informação, criatividade, gestão de pessoas, seguem novo rumo. Às vezes, a pessoa não vai, por exemplo, para o seu escritório, mas sai para discutir tema que não é sua atividade primeira, mas algo com o qual está colaborando.

Assim, as relações no ambiente de trabalho têm de se dar por confiança. A comunicação precisa ser mais intensa. É necessário lançar mão de toda a tecnologia disponível, com mensagens instantâneas, reuniões virtuais, dar conta de fuso em empresas globais. A forma de controlar e o modelo de comando não funcionam mais.

Hoje, a produtividade é medida em resultados, o que exige da liderança maturidade muito maior, porque para extrair a produtividade é preciso que o funcionário esteja muito engajado com o projeto, com a carreira dentro da companhia. Estamos, portanto, num momento de muita ruptura da maneira de trabalhar na economia privada. Siga confiante e boa sorte!