Apontado anteriormente por docentes de cursinhos preparatórios como um dos possíveis assuntos que poderiam ser abordados na edição deste ano, a intolerância religiosa foi o tema da redação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016. A proposta “previsível”, segundo estudantes, foi avaliada de maneira positiva por especialista que destaca o papel do exame em incentivar discussões sobre conflitos da sociedade.

Segundo estudantes, a importância que o tema tem ganhado nos últimos meses ajudaram no desenvolvimento do texto.

“Gostei bastante do assunto ainda mais porque na introdução da redação eles forneceram muitos dados sobre o assunto. A sociedade tem pautado muito essa discussão de intolerância”, destacou o estudante Silvio Gonçalves, 17 anos.

Para a operadora de caixa Suelen Melo dos Santos, 20, a proposta da redação deu a oportunidade dos jovens se posicionarem diante de um tema que tem feito muitas vítimas no País. “Isso nos deu a oportunidade de mostrar que há possibilidade de combatê-lo, incluindo o poder público e toda a população.”

De acordo com o professor de redação do Sistema Ari de Sá, Flávio Melo, o Enem novamente tem se mostrado uma ferramenta importante para o desenvolvimento do pensamento crítico dos candidatos. “Mais do que avaliar a qualidade da escrita, o exame tem proposto uma leitura do candidato perante aos problemas da sociedade. A redação tem feito com que ele não exija solução somente do poder público, mas que o estudante cobre ações de si mesmo para mudar isso.”

O professor, no entanto, destacou os riscos do tema. “Se o estudante tem um posicionamento religioso e soube se expressar, ampliando isso para uma visão da sociedade como um todo, pode ter tido facilidade na prova. Mas, o candidato que tem confecção e visão muito extrema pode ter se complicado no desenvolvimento.”