Os efeitos da articulação entre o governador do Pernambuco e dirigente nacional do PSB, Eduardo Campos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve ter reflexos nas cidades do Grande ABC. O alinhamento de socialistas e petistas na esfera nacional instiga a vinculação de parcerias locais, principalmente nos municípios considerados chave. Pelo menos quatro diretórios das suas legendas - São Bernardo, Santo André, Mauá e Diadema - estão incumbidos em formar a mesma união, firmada em Brasília. Ribeirão Pires também está no páreo.

EMEm visita a São Paulo, o líder socialista orienta os presidentes locais, a seguir, nas coligações municipais, a mesma conexão das costuras federais. Na Capital, existe compromisso com Lula e a presidente Dilma Rousseff para que o PSB entre na trincheira do pré-candidato petista Fernando Haddad à prefeitura. Eduardo Campos é cotado para vice do PT na eleição presidencial em 2014 e, por isso, tem interesse em despontar como aliado fiel. Além disso, nas cidades com mais de 200 mil habitantes, resolução determina que as decisões são da executiva nacional.

Na região, além do peso da interlocução de Lula, o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), exerce papel de articulador para atrelar a aliança. "Tem espaço para dialogar com o PSB, as conversas estão indo bem aqui, em Santo André e outras cidades. Não há restrições." Recentemente, o comandante socialista municipal, Luiz Carlos Heredia, adiantou que a legenda está próxima de sacramentar o apoio à reeleição do petista. Em 2008, o PSB aderiu à campanha de Orlando Morando (PSDB).

Em Santo André, por sua vez, a parceria, nos bastidores, está perto de ser fechada. O presidente do diretório do PT local, Luiz Turco, salientou que, diante do avanço no diálogo, espera que movimentação "termine em casamento até fim de abril". Segundo ele, independentemente do que ocorrer em São Paulo, haverá esforço para caminhar "ombro a ombro". "Está bem encaminhado, por isso há expectativa que possamos construir projeto alternativo em conjunto, com participação no governo", disse ele, ao afirmar que a abertura da chapa majoritária está sendo tratada na negociação.

Entre os cotados para vice de Carlos Grana (PT) em Santo André, o vereador José Ricardo (PSB) assegurou que, até o momento, nada está consolidado "nem com A nem com B". Ele enfatiza que a direção municipal terá autonomia para escolher o melhor lado, porém não seria mistério um acordo com a raia petista. "Existe histórico de apoio ao PT na cidade. Éramos base do (ex-prefeito) João Avamileno (2002-2008), estávamos com o Vanderlei (Siraque, PT), em 2008. No entanto, não haverá determinação de cima para baixo. O que há por enquanto são conversas partidárias."

O PSB em Diadema trabalha pela manutenção do vice de Mário Reali (PT), hoje nas mãos de Gilson Menezes. Já em Mauá, mesmo sem o posto de número 2 na chapa, os socialistas sinalizam pela permanência no projeto de reeleição de Oswaldo Dias (PT).