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Prefeitura teve interesse em área ocupada no Jd. do Estádio

Tentativas de programas habitacionais no local esbarraram em negativas do proprietário

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
10/03/2012 | 07:00
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O terreno no Jardim do Estádio, em Santo André, ocupado há uma semana pelo MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), já foi alvo de interesse da Prefeitura para implementação de programas habitacionais. No entanto, os projetos não deram certo por conta das negativas de Flávio Barone Pereira, dono da área.

"Já houve várias conversas para utilização do espaço, mas nunca avançamos. No passado, chegamos a procurar o proprietário para fazer um empreendimento do Minha Casa, Minha Vida lá e ele não se interessou", afirmou o secretário de Planejamento Urbano e Habitação, Frederico Muraro.

O chefe da Pasta afirmou que atualmente não há intenção da administração municipal em utilizar o terreno. "Não existem programas previstos nos nossos planos de trabalho para aquela área."

O secretário disse que o Estado também procurou o dono do terreno para negociações, mas não houve sucesso. "Até a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) chegou a se interessar, mas não houve viabilidade. Se tivesse chance de fazer alguma coisa lá, já teríamos feito", disse.

Na segunda-feira, o proprietário do terreno protocolou pedido de reintegração de posse na 5ª Vara Cível de Santo André. O juiz João Antunes dos Santos Neto ainda não decidiu o futuro das cerca de 1.300 famílias que ocupam a área, mas afirmou que o parecer deve sair no início da próxima semana.

O Diário procurou o proprietário do terreno na empresa onde ele trabalha para questionar se haverá negociações com os ocupantes, mas funcionários disseram que Pereira está em viagem fora de São Paulo e só retornará no fim de maio. As advogadas Estela Alba Duca e Maria Cristina de Oliveira Lima, que defendem Pereira, também foram contatadas e não retornaram as ligações.

ESPERANÇA

Zezito Alves, um dos coordenadores do MTST, tem esperanças de que o proprietário do terreno negocie com os ocupantes e a área seja utilizada para construção de unidades habitacionais populares. "Nossa expectativa é ficar até conquistar nossa moradia. Já entramos em contato com a CDHU e vamos falar com o governo federal para ver a agenda deles. Esperamos agendar reunião com eles no início da próxima semana", disse Alves.

Na quinta-feira, cerca de 450 integrantes do movimento caminharam até o Paço para para pedir participação da administração municipal nas negociações. Conseguiram ser atendidos depois de quase cinco horas de espera debaixo de sol. "O diálogo será entre as pessoas que fazem parte da ocupação e o proprietário. O que a Prefeitura pode fazer é tentar colocar as partes para negociar", salientou Muraro.




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