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Onde aplicar o dinheiro nessa hora?
Por Fernando Bortolin
Do Diário do Grande ABC
01/03/2007 | 22:16
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A Bolsa de Xangai voltou a assombrar o mundo financeiro quinta-feira, finalizando os negócios da quinta-feira em baixa de 2,9%. Em seu pior momento, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo chegou a derreter 4,23%, recuperando-se nos momentos finais de um pregão que movimentou R$ 4,1 bilhões.

O fato número um é que o espirro inicial do dragão chinês pode estar se transformando em gripe mal-curada, o que em linguagem simples representa volatilidade.

Num cenário como esse como deve se comportar o investidor em ações, juros, fundos e dólar?

Nos fundos - Diante do sobe-e-desce dos mercados, as chances de continuidade de queda da Selic, no Copom de março, já começam a sofrer sérias dúvidas. O juro está subindo nos contratos futuros de DI, negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros. Isso representa que o porto-seguro dos investimentos hoje está no Fundo DI. O mesmo vale para os renda fixa. Se você está com seu dinheiro aplicado aqui, não saia. E se precisar depositar mais, faça nesses ativos.

Fundos de ações - Se você aplicou nesses fundos a partir de janeiro, a hora é de ter calma. Só as ações da Petrobras, um dos papéis que indexam esses ativos, caiu 14% desde a virada de ano. Agora, em sã consciência, você acredita que Petrobras não se recupera? Fique tranqüilo, mas diante da atual instabilidade dos mercados globais, vai levar mais tempo que o esperado.

Isso vale não só para as ações da Petrobras como para qualquer um dos 58 ativos que compõem o Ibovespa. Em relação a Petrobras é necessário entender o seguinte: o Brasil é um mercado especulativo e o investidor estrangeiro adora Petrobras, porque em momentos de crise é fácil vender, embolsar o dinheiro e mandá-lo para fora do país.

As ações da estatal padecem, principalmente, por isso, por serem de qualidade e extrema segurança, além de líquidas e rentáveis – mas sofrem com a ação especulativa dos investidores estrangeiros que hoje precisam levantar dinheiro rápido para cobrir prejuízos nas praças ao redor do mundo.

Dólar - Em dois dias o preço do dólar subiu 1,82%, mas quinta-feira também não resistiu e cedeu 0,14%. Já dissemos neste espaço e por diversas vezes que nas condições normais de temperatura e pressão da economia brasileira, o dólar só sobe se houver uma crise externa de grandes proporções. Fora isso, o sentido da moeda norte-americana é de queda devido ao excesso de liquidez trazido pelo comércio exterior – exportações e importações.

Nesse quadro, o Banco Central tem que entrar comprando cambiais e o fez nos últimos dias através da aquisição de quase US$ 2 bilhões, o que explica a alta de 1,82% entre terça e quarta-feiras. Em resumo: comprar dólar como forma de investimento é uma aposta de risco numa economia que aponta para a valorização da moeda nacional, o real.

Diversificação - A regra básica para aplicações é nunca depositar todos os ovos numa cesta só. O ideal é aplicar, por exemplo, 50% a 70% em fundos DI ou renda fixa e o restante mesclado em ações, dólar e ouro. Para quem não tem grandes somas, um fundo multimercado pode atender essas prerrogativas, pois foram pensados de tal forma a mesclar os recursos dos cotistas em vários ativos ao mesmo tempo ao invés de concentrar o investimento num ativo só.



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