A organização de defesa da liberdade de imprensa Repórteres Sem Fronteiras (RSF) se mostrou preocupada nesta terça-feira com as ameaças recebidas na semana passada por 19 associações de defesa dos direitos humanos enviadas pela "organização paramilitar" Frente Democrática Colômbia Livre.

"Esta organização acusa estas entidades de servir aos interesses das guerrilhas e as declarou alvo militar", destacou a RSF em um comunicado no qual pede às autoridades colombianas que "façam tudo o que for necessário para identificar e castigar os autores das ameaças".

A organização, com sede em Paris, pede ao governo de Bogotá que examine a origem das correspondências eletrônicas e faça uma investigação exaustiva.

Na mensagem recebida pelas 19 entidades, a Frente Democrática Colômbia Livre acusa os destinatários de "serem revolucionários disfarçados" e garante que "a partir de agora terão que se ver com eles".

Em seu comunicado, a RSF destaca que Gloria Pérez Ortega, diretora da organização Meios para a Paz, criada para melhorar a informação sobre o conflito armado e que também recebeu a mensagem, vai continuar "construindo um jornalismo responsável e trabalhando pela defesa e a promoção da liberdade de expressão e imprensa".

No entanto, a Meios para a Paz pediu ao procurador-geral colombiano, Mario Iguarán, que realize uma investigação sobre o assunto e que solicitou o apoio do ministério do Interior, via seu programa de proteção de jornalistas.