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Paço se omite sobre o caso Guarará

Prefeitura de Santo André não dá detalhes do processo de substituição da empresa a quatro dias do término de suas atividades

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
27/09/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A exatos quatro dias para o encerramento das atividades da Expresso Guarará, a Prefeitura de Santo André permanece adotando conduta omissa ao negar detalhamentos sobre as soluções que o Executivo tem colocado em prática para garantir o pleno funcionamento das 15 linhas que a empresa opera na região da Vila Luzita a partir do dia 30. Sem qualquer comunicado oficial sobre o assunto, usuários já declaram temer pela ausência de coletivos no decorrer desta semana.

O Paço, que na semana passada declarou ter solicitado a diretores da empresa “um prazo maior para o término das atividades”, para que não haja prejuízo aos usuários do transporte público da cidade, informou ontem que “ainda não recebeu retorno da Expresso Guarará em relação ao pedido para postergar (o encerramento dos seus serviços)”.

A expectativa era a de que se o pedido fosse aceito, a administração municipal ganhasse tempo para abrir uma contratação emergencial de nova empresa para assumir a operação das linhas da Expresso Guarará. No entanto, sem qualquer posicionamento de diretores da viação, o Paço tem optado por esconder o processo de substituição.

Ontem, o Diário tentou contato com o diretor da SATrans, autarquia que gerencia o transporte de Santo André, Fábio de Jesus Leite, e a procuradora do órgão Claudia Izolda, para esclarecer questões técnicas do trâmite. Porém, ambos não atenderam as ligações da equipe de reportagem para comentar o assunto.

Já a Prefeitura se limitou a dizer em nota que “a SATrans, com base no histórico de operação da empresa, prepara o processo de contrato de emergência obedecendo as disposições legais, garantindo ampla competitividade”. Porém, não deu detalhamentos se o Paço possui alguma saída judicial caso a Guarará não prorrogue o prazo. Atualmente, a viação opera 84 ônibus, que transportam por dia média de 50 mil pessoas.

A conduta omissa do Paço sobre o processo de substituição da Expresso Guarará tem afetado, inclusive, integrantes da Aesa (Associação das Empresas do Sistema de Transportes de Santo André. “Ainda não tivemos qualquer informação oficial, seja da empresa ou SATrans (sobre o término das atividades da Guarará)”, declarou o gerente geral da associação, Luiz Marcondes de Freitas Junior.

Cientes do encerramento das atividades da Expresso Guarará, por meio de notícias, usuários de linhas operadas pela empresa relatam insatisfação com “a falta de respeito da Prefeitura” com passageiros do sistema.

“Sinceramente eles não estão pensando em nós, caso contrário já teriam tomado alguma atitude”, disse a auxiliar administrativa Luana Pessoa, 30 anos.

A vendedora Marli Pinto Souza, 47, disse temer a ausência de coletivos. “Fico com medo de amanhã já não estarem em funcionamento e não ter nenhum ônibus para nós.”

 

Justiça eleitoral nega liminar do DEM

 

A Justiça Eleitoral de Santo André indeferiu ontem a liminar protocolada na sexta-feira por representantes do DEM andreense, que pedia a inelegibilidade do prefeito Carlos Grana (PT), por oito anos, por infringir leis municipais ao sugerir mudanças no sistema de transporte da cidade às vésperas do pleito eleitoral.

Na decisão, o juiz Márcio Bonetti destacou que “não há prova robusta a indicar que a municipalidade deu causa à rescisão do contrato então vigente com a empresa Expresso Guarará”.

De acordo com o presidente do DEM, Fernando Marangoni, representantes da legenda devem entrar hoje com pedido de reconsideração da decisão. “O juiz cita a questão da municipalidade no seu indeferimento, mas destacamos no pedido o histórico desse caso, por isso vamos recorrer.”

O processo agora aguarda o julgamento do mérito do caso.  




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