A cartada final do prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), na tentativa de conquistar o apoio do PSDB à sua empreitada de reeleição no processo eleitoral de 2012 está sendo executada por meio do deputado federal e coordenador regional tucano, William Dib. Ao longo da última semana, o petebista articulou dois encontros com o ex-prefeito de São Bernardo com um objetivo em comum: abrir o posto de vice para indicação do PSDB.

Entre as alternativas colocadas na mesa estão a composição da chapa governista com a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB) ou em parceria com o vereador Marcos Cortez (PSDB). O voo solo tucano tem sido uma das maiores dores de cabeça do chefe do Executivo, pois, além de levar a disputa para o segundo turno, comenta-se nos corredores do Paço que uma eventual etapa final com o PSDB seria o pior dos cenários para o lado petebista.

Mara é vista com ‘bons olhos' por interlocutores da Prefeitura. A parlamentar possui potencial eleitoral, raízes na cidade e, de quebra, eliminaria a possibilidade de candidatura do vereador Paulinho Serra (PSDB). Com ascensão política de dar inveja, passando inclusive pela Câmara Municipal de São Paulo, a deputada, cujo pai era dono da Viação Expresso Guarará, é uma das principais referências na área de inclusão de pessoas com deficiência.

Em 2010, Mara amealhou quase 12 mil votos só em Santo André para o Congresso Nacional, o que contribuiu para sua eleição com 160 mil sufrágios. Caracterizando início do diálogo, Dib conseguiu trazê-la a duas visitas na região no fim de agosto. Uma no escritório político do deputado estadual Alex Manente, em São Bernardo, e outra para palestra em São Caetano.

Por outro lado, Paulinho Serra reiterou que o PSDB possui sinal verde da cúpula estadual para viabilizar candidatura própria. O tucano enfatizou que em reunião na sexta-feira no Palácio dos Bandeirantes, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), defendeu o projeto em Santo André. "Ele me garantiu que não existe compromisso eleitoral firmado com o prefeito Aidan."

O diretório municipal sustenta que a sigla vai seguir a determinação de lançar postulante nas cidades com mais 100 mil habitantes.

Paulinho desconsidera qualquer atrito político com Dib no passado, apesar da rusga desencadeada na eleição de 2010, quando à época na coordenação de campanha do ex-prefeito deixou o processo devido à dobrada do tucano com o advogado Raimundo Salles (PDT). "Não há problema, ele (Dib) entendeu que não poderíamos apoiar o projeto, sendo que o Salles seria nosso adversário em 2012. Além disso, confio no poder de aglutinação dele para promover o crescimento do PSDB. Isso só acontece com candidatura própria."

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