Política Titulo Sem chapa pura
PT abre indicação de vice para aliados em Diadema

Partido nega pedido que obrigaria petista na chapa da eleição

Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
26/02/2012 | 07:00
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O PT de Diadema abriu espaço para indicação de candidato a vice-prefeito de fora da legenda. Em encontro de delegados organizado ontem, a portas fechadas na subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no bairro Piraporinha, a legenda derrubou o pedido da vereadora Irene dos Santos (PT), que exigia que a sigla tivesse postulantes a prefeito e vice.

A direção petista, no entanto, não descartou a formação de chapa pura. Porém, vai condicionar candidatura exclusivamente do PT ao crivo dos aliados. As reuniões com o arco de alianças devem ser retomadas em março, após o último encontro de delegados e que homologará o candidato do partido ao Paço. O prefeito Mário Reali (PT) é favorito à indicação, mas disputa preferência interna com Irene.

"Não está descartado ter vice dentro do arco e nem do PT. Tem de ser um vice que agregue e amplie", disse Reali, defensor da manutenção de Gilson Menezes (PSB). Caso o diretório opte por chapa pura, o nome mais comentado é o do chefe de Gabinete, Osvaldo Misso (PT). No bloco de sustentação, cogita-se a escolha do presidente da Câmara, Laércio Soares (PCdoB), da vereadora Cida Ferreira (PMDB), do secretário de Segurança Alimentar, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), e do empresário Osvaldo Basso (PR).

A composição com aliados foi o principal tema da reunião de ontem. O grupo de apoio a Reali criticou a Articulação de Esquerda por tecer questionamentos ao atual governo. A ala que endossa o projeto de Irene está enraizada no Sindema (Sindicato dos Servidores Públicos de Diadema), que, no ano passado, entrou em conflito com a administração e promoveu greve do funcionalismo por 23 dias.

Para justificar a composição com outras legendas, caciques ligados a Reali relembraram a eleição de 2004. O tucano José Augusto da Silva Ramos (PSDB) terminou o primeiro turno à frente do candidato petista, José de Filippi Júnior. Por 1,5% dos votos válidos o tucano não encerrou a eleição sem necessidade do segundo turno. Na etapa final do pleito, o PT fechou aliança com Gilson Menezes (à época no PL), terceiro colocado na eleição, e com o vereador Edmilson Cruz (ex-PL, atual PMDB), parlamentar mais votado da disputa. Conseguiu reverter o cenário negativo e conquistou a Prefeitura por 554 votos de diferença.

Próximos passos - A partir de amanhã o PT abrirá inscrições para pré-candidatos à Prefeitura. Por enquanto, somente Reali e Irene manifestaram desejo de encabeçar o projeto petista. Se houver ao menos dois postulantes à indicação, o diretório se reunirá na sexta-feira para definir se haverá prévias. Caso os dirigentes neguem a disputa, haverá nova proposta de eleição interna no sábado, último encontro de delegados.

 

Carro da Câmara é flagrado em evento da legenda

Um carro da Câmara de Diadema foi flagrado no estacionamento da subsede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no bairro Piraporinha, onde acontecia o encontro de delegados do PT para definição eleitoral. O uso de automóveis oficiais em eventos estritamente partidários fere a lei 9.504/97.

"São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta", diz o item I do artigo 73. A irregularidade é considerada improbidade administrativa.

Os cinco vereadores petistas estavam presentes ao encontro: José Queiroz Neto, o Zé do Norte; Manoel Eduardo Marinho, o Maninho; Irene dos Santos, Orlando Vitoriano e José Antônio da Silva. Diversos assessores dos parlamentares também acompanharam o encontro. A equipe do Diário não conseguiu verificar de quem era o veículo, com placa BNZ-1269. Atrás do carro há adesivo que assegura "uso exclusivo em serviço".




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