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Trabalhadores da construção civil ensaiam greve em maio
Por William Glauber
Do Diário do Grande ABC
25/04/2006 | 08:39
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Mediante entraves na negociação do dissídio coletivo, os trabalhadores da construção civil do Estado de São Paulo prometem esvaziar os canteiros de obras a partir do dia 8 de maio. Após reunião com o setor patronal, representado pelo Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), sindicalistas da Força Sindical, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Federação dos Trabalhadores da Construção Civil aprovaram indicativo de greve em represália à proposta de reajuste de 3%, apresentada com base em projeções da inflação para 2006.

Há um mês, os sindicalistas reivindicam reajuste de 13%, mas, em negociação, se satisfazem com 8% de aumento. No entanto, a distância entre os índices patronal e dos trabalhadores seria justificada, segundo o patronato, pela redução gradativa da inflação nos últimos anos.

Em contrapartida, os representantes dos trabalhadores argumentam que o pacote de benefícios do governo federal para a construção civil impulsionaria também ganhos salariais aos empregados do setor, que, para este ano, projeta crescimento de 14%. “Sem alternativas, vamos ter de entrar em greve”, frisou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil e do Mobiliário de São Bernardo e Diadema (filiado à CUT), Cladeonor Neves da Silva.

O sindicalista, que esteve presente na reunião de ontem, contou também que o setor patronal se recusou a discutir as cláusulas sociais da convenção. Os trabalhadores reivindicam, por exemplo, seguro de vida obrigatório, uso do protetor solar e fornecimento de café da manhã. “Disseram que discutem somente em maio do ano que vem”, disse Silva. Os trabalhadores também exigem o fim das terceirizações.

Os sindicatos dos trabalhadores, de ambas as centrais, se reúnem novamente nesta sexta-feira – dia 28. No encontro, eles traçarão as estratégias de mobilização da categoria, caso a greve seja deflagrada após aprovação em assembléias. No dia 5 de maio, os sindicatos convocarão os trabalhadores para deliberarem sobre a proposta. A reportagem não encontrou representantes do Sinduscon para comentar o assunto.




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