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O dia em que virei popstar
Por Angelo Verotti
Do Diário do Grande ABC
13/06/2016 | 07:00
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“Angelo Verotti, jornalista, está com a Tocha. Vamos aplaudi-lo”. A frase soou estranha, principalmente por ecoar de um palco onde vários artistas se apresentavam na Praça do Pescador, em São Luís, no Maranhão, tendo como espectadores centenas de pessoas eufóricas pela passagem da chama olímpica, rumo aos Jogos do Rio de Janeiro.

E, para mim, foi o pontapé inicial para estravasar de vez o entusiasmo pela oportunidade inédita e, sabe-se lá, única, de conduzir a Tocha Olímpica. Sim, aquela que no dia 5 de agosto acenderá a Pira Olímpica na Cidade Maravilhosa dando início aos Jogos.

Fogos de artifícios, chuva de confetes, flashes e pedidos de selfie foram algumas das situações enfrentadas por este que vos escreve na Praia de São Mateus, no início da noite de ontem. Tudo sob supervisão da Polícia Militar e, já com a chama nas mãos, da Guarda Nacional.

Bastou me posicionar em frente ao Monumento dos Pescadores para ser cercado pela população ávida por encostar na Tocha, o que é terminantemente proibido pela organização, ou ao menos tirar uma foto ao lado dela. E foram várias em questão de 15 minutos, tempo que esperei posicionado pela chegada do condutor que me precedeu.

De mães e pais com bebês a idosos acompanhados por filhos e netos. De policiais e voluntários a artistas que se apresentaram na capital maranhense para recepcionar a estrela do dia. E eu tentando controlar os ânimos, inclusive o meu, e ser o mais solícito possível para atender todos os pedidos de fotos, o que, infelizmente, não foi possível devido ao tempo curto para que o percurso pudesse ser cumprido.

Do acendimento da minha Tocha à passagem para condutora seguinte foram, no máximo, cinco minutos, em ritmo de trote, acompanhado da calçada por diversos moradores. Mas se mostraram os 300 segundos mais longos da minha vida. Pareciam não ter fim. Um belo sonho durante uma noite bem dormida.

Foram 200 metros de condução por convidado. Poderiam ter sido 400, 800 ou até mais. O fato é que nunca havia vivido situação semelhante. Ter a chance de carregar um símbolo da paz universal, bem distante da minha cidade e com a possibilidade de transmissão para todas as partes do globo. De ter a imagem divulgada nas redes sociais – seja no Facebook, no YouTube, no Instagram –, repetidas diversas e diversas vezes, quando der vontade.

Privilégio que enche qualquer um de orgulho e, mesmo diante da situação nada animadora do País, dá ânimo para honrar a camisa brasileira e tentar fazer desta Olimpíada uma das melhores já vistas no planeta. Se precisar, estou pronto para outra, como em um bis de um popstar. 

O jornalista viajou a convite do Bradesco.




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