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Diocese fará estudo para definir rumos da Igreja no Grande ABC

Um ano após ser nomeado bispo da região, Dom Pedro Carlos Cipollini, quer conhecer realidade dos fiéis

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
29/05/2016 | 07:00
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Celso Luiz


Um ano após ter sido nomeado pelo papa Francisco para comandar a Diocese de Santo André, responsável pelas sete cidades da região, Dom Pedro Carlos Cipollini, 64 anos, diz estar satisfeito com o trabalho desempenhado até agora. Depois de “colocar a casa em ordem”, o líder já se preocupa com o futuro da igreja no Grande ABC. Por isso, contratou estudo junto à USCS (Universidade Municipal de São Caetano) que promete apontar a situação “sócio, econômica, política e religiosa da população” a fim de elaborar planejamento pastoral.

“A finalidade é detectar como está o trabalho da igreja e ver como podemos servir melhor. Vamos analisar desde a frequência (dos participantes), a atuação dos ministros. Pretendemos ter base para fazer planejamento junto às forças vivas da diocese, colégios católicos, instituições de caridade”, esclarece o bispo, colunista do Diário desde agosto de 2015.

Embora confesse que a perda de católicos seja preocupação, Dom Pedro pontua que o estudo não tem a finalidade exclusiva de apontar este dado. “O pessoal imagina que a Igreja Católica está desesperada porque está perdendo fiéis. Sabe o que eu vou te falar? Se tivesse mais gente nas igrejas, não teria padre para atender. Nunca fui em celebrações que não estivessem cheias. Penso que a preocupação é servir bem. Fazer um bom trabalho.”

Segundo o líder, a Igreja Católica tem forte penetração pelas sete cidades, herança da atuação da diocese desde sua fundação, na década de 1950. “A atuação do primeiro bispo, Dom Jorge Marcos de Oliveira (1915-1989), foi importante. Dizem até que ele é o avô do PT (Partido dos Trabalhadores) devido a sua atuação junto à juventude operária. Depois veio o Dom Cláudio (Hummes, referência na luta contra a ditadura e no apoio aos movimentos sindicais). A igreja ajudou muito o povo, por isso, é muito respeitada”, observa.

Para Dom Pedro, ter visão de futuro é exigência imposta aos líderes. “Não adianta caminhar. É preciso saber para onde vai. Por que nós estamos numa crise? O governo sabe para onde vai?”, questiona, referindo-se ao momento político do País, considerado “difícil”.

O reflexo do cenário atual brasileiro, conforme o bispo, é a insegurança da população, o que explica a intolerância. “Pessoas inseguras ficam agressivas. É muito difícil pagar impostos, trabalhar como se trabalha e não ver resultados. Não é só a corrupção, é a ineficiência, a incompetência. Duas irmãs gêmeas que andam de mãos dadas”, critica. Neste sentido, a igreja deve ter papel de “pastoreio”. “O padre pode falar de política na igreja? Política partidária, não. (É papel do padre) dar indicações, criar consciência, alertar. Religião não deve alienar, mas ajudar a viver de uma forma mais digna”, indica.

Até o fim do ano, a região ganhará nova paróquia (São José Operário), no Jardim Itapeva, em Mauá. Com isso, chega a 100 o número de igrejas espalhadas pelas sete cidades. “Não temos data ainda, mas será neste ano. Está tudo pronto”, garante o líder, que tomou posse oficialmente no dia 26 de julho. “Estou há dez meses aqui. Se no primeiro ano você já consegue conhecer, visitar e remanejar. Depois, o trabalho fica mais tranquilo”, acredita. 




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