"No meio do caminho tinha uma pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho". Os versos de Carlos Drummond de Andrade ilustram a situação vivida pela aposentada Cecília Lotufo Mola, 66 anos. Moradora desde 1973 no Jardim Copacabana, em São Bernardo, se deparou com obstáculos de cimento em plena faixa de pedestres, colocados pela Prefeitura, o que acabou provocando uma queda e fraturas nas duas mãos.

O fato ocorrido no dia 30 de novembro, na esquina das ruas Batalhão Piratininga e Universal, deixou a moradora com as duas mãos enfaixadas durante 20 dias.

"Caí com as duas palmas das mãos no chão e fraturei dois dedos (mínimo e anelar) da mão esquerda. Um dedo da mão direita também, mas não foi tão grave. Só que precisei imobilizar os dois braços. Tirei as talas ontem (domingo)", disse a aposentada, mostrando os dois dedos da mão esquerda, que ainda não consegue mover.

Os prismas de concreto foram colocados no local para estreitar as vias e evitar que os carros que vêm pela Universal façam a conversão à direita na Batalhão Piratininga, que deixou de ser mão dupla.

O filho da aposentada, o comerciante Klaus Lotufo, 38, morador do bairro Paulicéia, enviou e-mail à Secretaria de Transportes no dia 3, sugerindo que a mesma retirasse os obstáculos ou que estendesse a área da calçada. "Queremos evitar que novos acidentes aconteçam", disse Klaus.

Segundo a Secretaria de Transportes, em anos anteriores, ao invés do alargamento do passeio público, os prismas eram colocados. O Departamento de Engenharia de Tráfego informou que verificará qual tipo de correção poderá ser feita, pois a atual gestão está reconstruindo alguns trechos da cidade seguindo uma ordem de prioridade.