O PT de Diadema colocou fim ontem à novela sobre a escolha do prefeiturável do partido na eleição de outubro e oficializou o nome do vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, como candidato ao Paço. Em reunião com os filiados no diretório, à noite, o ex-prefeito e ex-deputado federal José de Filippi Júnior anunciou não ter desejo em disputar o pleito e pediu união em torno do projeto do parlamentar.

“Estou numa posição desconfortável e de contrariedade (à opinião de petistas que queriam sua candidatura). Não quero e não vou ser o candidato do PT. A candidatura é do companheiro Maninho. Agora é a hora de a direção do partido assumir esse projeto. Precisamos formar novas lideranças”, disse Filippi, em discurso que durou pouco menos de dez minutos.

A posição do ex-prefeito já era esperada desde a semana passada, quando o petista se reuniu com a bancada de vereadores da legenda na cidade e cravou que não lideraria a campanha ao Paço. Parte da militância, embora soubesse da predisposição de Filippi em não ser candidato, ainda insistia nos bastidores para que o ex-prefeito tentasse seu quarto mandato em Diadema – foi prefeito três vezes: 1993-1996, 2001-2004 e 2005-2008.

A ala interna Articulação de Esquerda era a que alimentava a corrente pró-Filippi no PT. Para contrapor o nome de Maninho no páreo, idealizaram o embarque do deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, no petismo diademense. O domicílio eleitoral do parlamentar era São Bernardo. Além de Maninho e de Vicentinho, o vereador José Antônio da Silva também reivindicou candidatura e o PT decidiu caminhar para as prévias. Posteriormente, Vicentinho e Zé Antônio abriram mão em apoio a Filippi, mas Maninho se manteve no páreo. Com a decisão do ex-prefeito, se tornou nome único do PT para a disputa à sucessão do prefeito Lauro Michels (PV).

“Houve insistência no nome do Filippi não por que o outro candidato era o Maninho, mas porque ele (ex-prefeito) agrega apoio de todos. Mas temos de acatar a posição dele (Filippi) e reconhecer a candidatura do Maninho. Vamos para o desafio e cumprir as tarefas necessárias”, justificou Zé Antônio.

Filippi minimizou o fato de o PT ter esticado a discussão em torno do nome que tentará devolver ao partido o comando da Prefeitura a qual governou por praticamente 30 anos e ter definido o prefeiturável a quatro meses da eleição – está marcada para o dia 2 de outubro . “Não acho que demoramos. A eleição deste ano vai ser muito curta, de 45 dias. Ninguém pode fazer campanha agora. Estamos no momento certo. Agora temos de discutir plano de governo”, salientou o ex-prefeito, que se colocou como um dos coordenadores da campanha de Maninho.

IMPEACHMENT
A reunião do diretório foi marcada para bater o martelo no nome de Maninho. O encontro, porém, também focou o desfecho sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que deve ser votado no domingo. Petistas entoaram tradicional grito de ordem de “não vai ter golpe” e discutiram sobre o calendário de mobilizações contra a saída da petista no dia D do impeachment.