Política Titulo Diadema
Expulso, Célio Boi se recusa a sair do PSB

Vereador compra briga com o primo de Lauro Michels por apoio a Vaguinho

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
01/04/2016 | 07:00
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Expulso do PSB de Diadema na quarta-feira por insistir em apoiar pré-candidatura a prefeito de Vaguinho do Conselho (PRB), o vereador Célio Boi afirmou ontem que vai recorrer da decisão para permanecer no partido ao qual se filiou em 1998. Sua exclusão foi oficializada pelo atual presidente municipal da sigla, o secretário de Educação e primo do prefeito Lauro Michels (PV), Marcos Michels, recentemente alçado ao comando da legenda socialista para definir posicionamento em apoio ao verde.

O imbróglio político no PSB se arrasta desde o começo do ano passado. Na época, a sigla havia rompido com a base de sustentação de Lauro, anunciando projeto solo ao Executivo, destacando Vaguinho como líder da empreitada. Meses depois, o presidente da sigla na ocasião, Manoel José da Silva, o Adelson, recuou da decisão e voltou anunciar que o partido caminharia com o verde. O fato instaurou racha na legenda socialista, com Célio Boi e Vaguinho tentando sustentar candidatura própria. Depois de meses de embate, Adelson expulsou Vaguinho, que migrou para o PRB e se lançou à corrida pelo Executivo. Célio Boi se manteve na sigla, não escondendo plano de levar adesão ao ex-colega. Diante de impasse, a executiva estadual, presidida pelo vice-governador Márcio França (PSB), nomeou Cláudio Valverde, com atuação fora de Diadema, para apaziguar ânimos e meses depois abonou ficha de Marcos, definindo assim aceitação à empreitada eleitoral com Lauro.

“A decisão do diretório estadual é uma coisa. Aliás, o que me foi passado é que a convenção (que ocorrerá em julho) definirá o posicionamento político. Até lá, posso pleitear que a adesão seja pelo Vaguinho ou por qualquer outro candidato. Se na convenção minha vontade for superada, eu acato. O que não pode é uma pessoa chegar há poucos dias no partido e determinar goela abaixo minha vontade”, alegou Célio Boi.

Além de se respaldar juridicamente, o parlamentar de Diadema, que está em seu segundo mandato, admitiu também esperar por esclarecimentos da executiva estadual. “O jeito do PSB não é assim. O Marcos chegou agora e não sabe. Desrespeitou estatuto do partido, porque expulsão não pode ser feita desse jeito. Na primeira vez não deu certo”, acrescentou.
<EM>Em setembro, sob direção de Adelson, dias depois da exclusão de Vaguinho, Célio Boi foi expulso oficialmente da legenda, sob mesmo argumento. O parlamentar recorreu e depois de aproximadamente uma semana sua saída foi invalidada pela cúpula socialista.
>Procurado pelo Diário, Marcos Michels não retornou aos contatos feitos pela equipe de reportagem.

TALABI

Sem partido desde junho, quando foi expulso do PR, o vereador governista Talabi Fahel deve oficializar nas próximas horas seu ingresso no PV para manter adesão à reeleição de Lauro. O parlamentar, único que estava sem legenda, era pretendido pelo PSDB.


Ainda indefinido, PT se reúne mais uma vez para decidir prefeiturável

Ainda sem definição para o processo eleitoral de outubro, o PT de Diadema realiza na terça-feira, às 19h, na sede do partido, no bairro Piraporinha, nova reunião para tentar concluir representante oficial a liderar chapa majoritária a fim de reconquistar comando do Paço, hoje nas mãos de Lauro Michels (PV). A expectativa da militância gira em torno do posicionamento do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT), unânime entre os filiados para a disputa. Comenta-se que o ato pode oficializar a desistência de Filippi à empreitada, deixando caminho para o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), único pré-candidato ao Paço da legenda.

O ex-chefe do Executivo foi alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada no dia 4. Na ocasião, prestou oitiva na sede da PF (Polícia Federal), no bairro da Lapa, na Capital, em condução coercitiva – quando é obrigado a depor –, para prestar esclarecimentos de sua atuação como tesoureiro das campanhas presidenciais do PT em 2006 e 2010, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com a atual chefe da Nação, Dilma Rousseff (PT), respectivamente. O ex-prefeito nega que as investigações sejam o motivo. Diz apenas que quer se dedicar a projetos pessoais.


Plano de Educação é aprovado com emenda contra ideologia de gênero

Os vereadores de Diadema aprovaram ontem por unanimidade o PME (Plano Municipal de Educação), que ditará as metas educacionais para o município nos próximos dez anos. Diadema era a única cidade da região que não havia entregado a proposta, que foi elaborada pelo secretário de Educação, Marcos Michels (PSB).

O plenário ficou lotado com manifestantes contrários à ideologia de gênero, liderados por pessoas ligadas às igrejas. Os grupos colaram cartazes defendendo seus pontos de vista.

Vereador de oposição, Ricardo Yoshio propôs emenda aditiva ao texto original solicitando veto à promoção de diretos de crianças e adolescentes, qualquer forma de inclusão a diversidade de gênero, ideologia de gênero e orientação sexual das crianças e adolescentes, inclusive por meio de material publicitário e pedagógico. Item foi aprovado.

Também da oposição, José Antonio da Silva (PT) emplacou modificação para inclusão de creches conveniadas nas estratégias, como adequação do piso salarial que é recebido pelos professores das creches da rede direta, aquisição de materiais didáticos para as unidades conveniadas e ampliação das equipes multidisciplinares dessas unidades. 




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