Os motores bicombustíveis estão perto de equipar quase 90% dos veículos vendidos no mercado nacional. Quatro anos após seu lançamento pela Volkswagen, no entanto, ainda restam dúvidas básicas por parte dos compradores sobre o seu funcionamento.

As montadoras simplificam a expliçação: álcool ou gasolina, em qualquer proporção. No primeiro abastecimento, porém, a simples equação acaba tendo como resultado uma série de dúvidas.

“Com qual combustível abasteço primeiro? É preciso revezar? Quantos quilômetros tenho de andar com o carro quando mudo de gasolina para álcool ou vice-versa?”, pergunta o farmacêutico Abud Gaspar Filho, que comprou um flexível zero-quilômetro recentemente.

De acordo com a Magneti Marelli, que equipa 47% dos carros flex vendidos no Brasil, não é preciso revezar os combustíveis. Estes motores são desenvolvidos para funcionar com qualquer um dos dois combustíveis ou mistura.

O fabricante, entretanto, destaca que é saudável usar álcool e gasolina alternadamente porque um é o melhor detergente dos resíduos deixados pelo outro, mas não há obrigatoriedade da troca.

Como a central eletrônica precisa de um certo tempo para reconhecer uma troca de combustível, é recomendável rodar cerca de cinco quilômetros antes de desligar o motor.

Vale lembrar que existe um pequeno reservatório de gasolina, normalmente localizado sob o capô do carro flexível, para facilitar a partida a frio. É preciso verificar seu nível periodicamente para que a partida não seja comprometida.

“Existe folclore sobre a motorização flexível em razão de o sistema ainda ser novo no mercado. Qualquer tipo de dúvida que o condutor tiver, porém, pode ser esclaredida no manual do proprietário do veículo, que traz todas as recomendações”, explica Reinaldo Nascimbeni, supervisor de serviços técnicos da Ford.

O engenheiro mecânico e proprietário da oficina Motor-Max, Rubens Venosa, acredita que as informações a respeito do sistema flex deveriam ser mais bem divulgadas. “Por via das dúvidas, é melhor adotar certos cuidados específicos, como andar com o carro depois de trocar de combustível para evitar problemas futuros”, explica.