Política Titulo Camelôs
Reali afaga Adelson, mas pede apuração de extorsão

Prefeito de Diadema garante sindicância fria e rigorosa

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
07/02/2012 | 07:00
Compartilhar notícia


Após denúncias de extorsão praticadas por aliados do secretário de Segurança Alimentar de Diadema, Manoel José da Silva, o Adelson (PSB), o prefeito Mário Reali (PT) afirmou confiar na idoneidade do socialista, mas avisou que a sindicância aberta na semana passada para apurar o caso será "fria e rigorosa".

Na quinta-feira, o Diário publicou denúncia de ambulantes do bairro Serraria acusando Manoel Antônio Ferreira Santos, o Tonny Telles, de extorsão em troca de informações privilegiadas da fiscalização da administração de Diadema. Segundo os camelôs, Tonny dizia que recolhia a taxa com anuência de Adelson.

Reali admitiu que não há como controlar ações de toda a máquina pública por ser "dinâmica e grande", porém afiançou que não medirá esforços para encontrar os responsáveis pelo suposto crime. "Quero o quanto antes resolver e apurar tudo, não quero enrolar muito para ter o resultado", argumentou, após reunião no Consórcio Intermunicipal.

Pela tarde, Adelson, Reali e o chefe de Gabinete, Osvaldo Misso (PT), se reuniram no Paço para aventar a possibilidade de afastamento de Frank Miller (PSB), diretor de departamento na Secretaria de Segurança Alimentar e acusado pelo empresário Filipe dos Anjos - dono do Shop Serraria, onde trabalham os ambulantes - de passar cheques sem fundo e com assinatura falsificada como pagamento ilegal ao empresário pelos boxes alugados.

De manhã, o petista não descartou a saída de Frank Miller. "É possível afastar os envolvidos. Mas não podemos condenar por antecipação. Até agora tem mais ‘diz que me diz' do que coisa concreta. Não tomo decisão com ‘diz que me diz'." Depois da reunião com os integrantes do primeiro escalão do governo, o prefeito reconsiderou a exoneração do aliado de Adelson e pediu agilidade na condução da sindicância.

Na sexta-feira, Misso e Adelson tiveram reunião de emergência para avaliar o caso. O homem-forte da gestão Reali cogitou demissão de Frank Miller, para não atrapalhar as investigações internas. Adelson refutou a possibilidade e disse ao petista que, se Frank deixasse a Prefeitura, ele sairia no mesmo momento. Com receio de perder aliado importante no arco de alianças - até para a eleição de outubro -, Misso recuou.

Reali evitou polemizar ao ser questionado se a onda de denúncias prejudicaria a indicação do PSB à sua vice. "O PSB é partido de tradição no País e tem identidade com o PT. Tenho respeito muito grande pelo Adelson. O caminho apontado é para o PSB continuar na vice", comentou o prefeito, referindo-se a Gilson Menezes (PSB), atual detentor do posto. Antes do caso, Adelson havia se colocado como concorrente de Gilson pela indicação do PSB para ser vice de Reali.

Adelson não retornou às ligações da equipe do Diário.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;