Protagonista do episódio mais polêmico ocorrido no período pré-eleitoral de São Bernardo em 2012 – perdeu de maneira dramática a vaga de vice na chapa que reelegeu o prefeito Luiz Marinho (PT) –, o secretário de Relações Internacionais e ex-vereador Tunico Vieira (PMDB) anunciou internamente sua saída da gestão petista na tentativa de se cacifar para o pleito de outubro. O peemedebista tem pretensões de concorrer ao Paço ou de conduzir as tratativas para composição da chapa majoritária na cidade.

Na eleição passada, Tunico liderava as discussões do PMDB para ocupar o posto de vice do PT. Marinho abriu debate para substituir Frank Aguiar (PRB, à época no PTB) no processo de reeleição e viu o peemedebista ganhar a preferência em seu bloco de sustentação. Contudo, o petista recuou da decisão e manteve Frank, que meses depois se filiou ao PMDB. Alijado, Tunico desistiu de eleição por cadeira na Câmara, sendo posteriormente alçado ao secretariado petista.

Como certo, o peemedebista já havia decidido que não disputaria mais o Legislativo e que sua atuação no processo eleitoral de outubro partiria de decisão coletiva do partido.

A direção do PMDB abriu discussão nos últimos meses para definir estratégia, porém, Marinho articulou que a vaga de vice do PT – o secretário de Serviços Urbanos e Coordenação Governamental, Tarcisio Secoli, será o candidato petista – ficaria nas mãos da legenda, com preenchimento de figura fora do ambiente político.

A postura do petista desagradou os peemedebistas, que passaram a pavimentar projeto político longe da alçada do petismo. Para isso, foi alçado o candidato derrotado ao governo do Estado em 2014, Paulo Skaf (PMDB), diretor titular do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

O presidente da estadual da legenda, o deputado federal Baleia Rossi, admitiu publicamente que gostaria de ver o partido liderar candidatura própria em São Bernardo, com Tunico à frente do projeto.

Dirigente municipal do PMDB, Vanderlei Jueli confirmou que o foco do diretório é viabilizar a empreitada. “Nosso partido não é de aluguel. Nós filiamos e decidimos os rumos que vamos tomar, respaldados sempre em defesa de projetos políticos”, pontuou.

“Eu sempre defendi candidatura com o Tunico e o nosso diretório também. Temos o aval da estadual e, por isso, temos de esgotar o debate”, acrescentou Jueli.

Atualmente, a legenda sofre com a ausência de nomes de peso em sua composição, sendo representada apenas por um vereador, Gilberto França, que recentemente foi expulso de ala independente na Câmara, por quebra de acordos para seguir diretrizes do PT.