Chegou em São Bernardo a decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que condena o coordenador de Assuntos Comunitários de São Bernardo e ex-prefeito Maurício Soares (PSB) a ressarcir os cofres públicos em cerca de R$ 300 mil. A sentença - que está na 6ª Vara Cível da cidade - é resultado da ação popular movida em 1991 pelo vereador Ary de Oliveira (PL), contra a publicação, em jornais, de um manifesto apoio à greve geral dos trabalhadores em nome da Prefeitura e com a assinatura de Soares, que era o chefe do Executivo.

Em junho, época que saiu a condenação do STJ, Maurício Soares havia dito que o valor poderia chegar à R$ 300 mil. Independentemente de números, Soares garante que pagará o que for determinado. "Não posso ficar devendo, sou uma pessoa pública que tem responsabilidades." Segundo ele, se a multa for muito maior do que seu patrimônio, pedirá dinheiro emprestado. "Posso até pedir para parcelar."

Ary de Oliveira afirmou que só irá se pronunciar sobre o assunto quando tiver ciência da sentença. Segundo o vereador, à época em que entrou com a ação popular ele fazia oposição ao governo de Maurício Soares. "Mas depois fiz parte de sua bancada de sustentação." O liberal afirmou que nem acompanhou mais o processo. "Nem sabia se ia demorar, nem se ia ganhar."

Motivo - O ex-prefeito afirmou que os anúncios foram feitos para apoiar os trabalhadores afetados pelo Plano Collor - confisco do dinheiro aplicado em poupança. O manifesto, publicado em dois jornais, dizia que a classe mais atingida pelo plano era a dos trabalhadores. Soares afirmou que foi uma forma de se solidarizar.

O socialista foi prefeito por três gestões (1989-1992; 1997-2000; e 2001-2003), mas não completou o último mandato. Renunciou em março de 2003, alegando problemas de saúde.